09 mai, 2025 - 21:55 • José Pedro Frazão
A Igreja greco-católica ucraniana é uma das maiores comunidades católicas orientais do mundo, com mais de 6 milhões e meio de fiéis, que representam quase 90% dos católicos naquele país.
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Em entrevista à Renascença, a embaixadora ucraniana em Lisboa defende que a Santa Sé tem sido “consistente” na defesa do direito internacional e da integridade territorial ucraniana. Maryna Mykhailenko espera que Leão XIV mantenha as missões especiais da Santa Sé no terreno.
Como avalia o impacto das palavras iniciais do novo Papa sobre a paz na situação na Ucrânia?
Como sabe, o meu Presidente congratulou Sua Santidade o Papa Leão XIV pela sua eleição. Esperamos realmente a continuação do apoio moral e espiritual do Vaticano no esforço da Ucrânia para restaurar uma paz justa e duradoura. E esperamos também que as duas missões lançadas pelo anterior Papa Francisco, mantenham as suas atividades. A primeira missão é chefiada pelo Cardeal Matteo Zuppi, sobre a libertação dos nossos prisioneiros. E outra liderada pelo Cardeal Konrad Krajewski, sobre o apoio humanitário.
Aliás, o Cardeal Krajewski visitou recentemente a Ucrânia e prestou mais apoio em nome do Papa. É por isso que a nossa cooperação com a Santa Sé é extremamente importante. Valorizamos profundamente a posição consistente da Santa Sé na defesa do direito internacional e da nossa integridade territorial e soberania.
O Vaticano, agora com o Papa Leão XIV, pode voltar a desenvolver a ideia de mediação neste conflito?
É difícil dizer. Tudo está nas mãos de Sua Santidade. Não posso prever isso.
Há muitos católicos na Ucrânia, seja greco-católicos ou romanos. E também estão ligados aqui a Portugal e em particular a Fátima. Como sentiu a reação da comunidade ucraniana à eleição deste novo Papa?
Tem razão. Muitos dos nossos cidadãos aqui em Portugal são da zona ocidental da Ucrânia, onde a Igreja Greco-Católica é muito forte. Vi as mensagens de parabéns que eles expressaram pelo novo Papa. Eles
contam, é claro, com o apoio de Sua Santidade o Papa Leão XIV, como todos nós.
A circunstância de Leão XIV ser um Papa norte-americano faz alguma diferença na busca da paz?
Nós estamos muito interessados na paz. Ninguém quer tanto a paz como a Ucrânia. Estamos em contacto com o lado americano. E ontem o meu presidente falou com o presidente Trump. Como sabemos, falaram sobre os próximos esforços diplomáticos. Por isso, espero realmente que os EUA e também a Santa Sé continuem a apoiar-nos.