09 mai, 2025 - 03:00 • Redação
Donald Trump anunciou a nomeação de Casey Means, autora, influencer e empresária da área da saúde, para o cargo de “Cirurgião-Geral”, também conhecido como “médico da nação”. Esta foi a segunda opção para o cargo, depois de Janette Nesheiwat.
Means apoia o secretário de Estado da Saúde, Robert F. Kennedy Jr., e a sua agenda conhecida como “Make America Healthy Again” (MAHA) - “Tornar a América saudável outra vez”, em português. Considera as empresas farmacêuticas e alimentares responsáveis pelo aumento de doenças crónicas.
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O Presidente norte-americano comunicou a decisão através da rede social Truth Social, onde afirmou que Casey Means tem competências impecáveis e irá trabalhar para erradicar as doenças crónicas e melhorar a saúde e o bem-estar dos norte-americanos.
“Os seus resultados académicos, juntamente com o seu trabalho, são absolutamente extraordinários”, escreveu Trump. “A Dra. Casey Means tem potencial para ser uma das melhores Cirurgiãs-Gerais da história dos Estados Unidos”.
Casey Means, de 37 anos, não tem experiência governamental. Licenciou-se em Medicina pela Universidade de Stanford, mas não completou o programa de resistência médica (equivalente ao internato), essencial para completar a formação. Foi cofundadora da Levels, uma empresa de controlo da glicose.
Através dos seus canais nas redes sociais, comercializa suplementos alimentares, cremes, chás entre outros produtos.
De acordo com o seu website, também ocupou cargos de investigação nos Institutos Nacionais de Saúde e em várias universidades.
Em 2024, escreveu, juntamente com o seu irmão, Calley Means, o livro Good Energy: The Surprising Connection Between Metabolism and Limitless Health (“Boa Energia: A surpreendente ligação entre o metabolismo e a saúde sem limites”).
A influencer, com mais de 750 mil seguidores no Instagram, é vocal quanto ao facto de considerar que empresas farmacêuticas e alimentares estão na origem de doenças crónicas.
No podcast do conservador Tucker Carlson, afirmou que as doenças crónicas são “impulsionadas pelo nosso sistema alimentar tóxico e pelo nosso ambiente tóxico”.
“Estas forças subtis e insidiosas, que estão a criar doenças lentas e progressivas, permitem que os doentes sejam rentáveis e estejam na passadeira da indústria farmacêutica durante toda a vida”, criticou. “Fazem-nos adoecer, mas não nos matam, mas somos drogados para o resto da vida”.
Os irmãos Calley são fortes apoiantes do secretário de Estado da Saúde, Robert F. Kennedy Jr. Atualmente, Calley Means é conselheiro da Casa Branca e aparece frequentemente na televisão para promover a agenda de Kennedy.
Segundo o site do Departamento de Saúde norte-americano, o “Cirurgião-Geral” é o “médico da nação”, dando aos “americanos a melhor informação científica disponível sobre como melhorar a sua saúde e reduzir o risco de doenças e lesões”.
Na prática, é a principal autoridade em matérias de saúde pública.
Inicialmente, Trump nomeou para o cargo Janette Nesheiwat, ex-colaboradora médica da Fox News. A audição de confirmação de nomeação, perante o Senado, estava agendada para quinta-feira.
No entanto, a nomeação foi retirada devido a notícias que diziam que Nesheiwat teria deturpado o seu diploma de medicina.
Além disto, nos últimos dias, a ex-colaboradora da Fox News também recebeu críticas de Laura Boomer, uma aliada de extrema-direita de Trump.
Loomer disse que Nesheiwat não era adequada para o cargo, acusando-a, entre outras coisas, de ser favorável às vacinas para a Covid-19.
O Presidente norte-americano nomeou ainda cinco novos membros para o Conselho Memorial do Holocausto dos Estados Unidos da América na noite se segunda-feira. Entre eles, encontra-se a ex-estrela do reality show “Housewives of News Jersey”, Siggy Flicker.
Estas e as oito nomeações que Trump fez na semana passada substituirão os membros que ele demitiu a 29 de abril, todos nomeados pelo ex-presidente Joe Biden.
A repentina destituição e substituição dos nomeados por Biden antes do fim dos seus mandatos - uma prerrogativa que nenhum presidente anterior tinha exercido em relação ao Museu Memorial do Holocausto dos EUA - suscitou preocupações por parte de alguns apoiantes do museu.
A Liga Anti-Difamação, uma organização sem fins lucrativos que monitoriza o antissemitismo e o ódio racial há mais de um século, alertou na semana passada para o facto de a remoção antecipada de membros “correr o risco de politizar uma instituição vital”.
Na rede social Truth Social, Trump anunciou as nomeações de Siggy Flicker, Tila Falic, Jackie Zeckman, Rabino Nate Segal e Lee Lipton. Renomeou ainda Jonathan Burkan, um executivo financeiro de Nova York e presidente honorário da Israel Heritage Foundation, nomeado pela primeira vez para o conselho do museu em 2019.