09 mai, 2025 - 18:48 • Fábio Monteiro com Reuters
Vladimir Putin presidiu esta sexta-feira às celebrações do 80.º aniversário da vitória soviética sobre a Alemanha nazi, num desfile militar em Moscovo marcado por rigorosas medidas de segurança e pela presença de Xi Jinping, presidente da China.
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Num discurso diante de milhares de soldados e dezenas de líderes estrangeiros, Putin afirmou que a Rússia continua a ser um “barreira indestrutível contra o nazismo, a russofobia e o antissemitismo”. O chefe de Estado russo sublinhou que toda a sociedade apoia a chamada "operação militar especial" na Ucrânia, que entrou no quarto ano de conflito.
"Verdade e justiça estão do nosso lado", declarou Putin, reforçando a narrativa de que Moscovo luta por uma causa justa. Pela primeira vez, o desfile contou com uma coluna de camiões transportando drones de combate, símbolo do papel crescente destas armas na guerra em curso.
A Rússia decretou um cessar-fogo unilateral de três dias, mas Kyiv rejeitou a trégua como uma “encenação teatral”, acusando Moscovo de continuar a atacar. A Ucrânia relatou quase 200 confrontos e milhares de bombardeamentos desde a entrada em vigor da trégua, enquanto a Rússia insiste que apenas respondeu a violações ucranianas.
O chanceler alemão, Friedrich Merz, expressou esperança de que a trégua possa ser prolongada para 30 dias, afirmando que “a bola está agora inteiramente do lado de Moscovo”. O cessar-fogo atual deverá terminar na noite de sábado.
De acordo com o Presidente russo, existem "forças (...)
O desfile contou com cerca de 11.500 soldados, incluindo 1.500 veteranos da frente ucraniana, liderados pelo comandante das forças terrestres, Oleg Salyukov. O evento terminou com uma exibição aérea de seis caças Su-25, encerrando a parada que não registou ataques significativos, apesar das ameaças recentes.
A presença de Xi Jinping, que marchou ao lado de mais de 100 soldados chineses e usou a fita de São Jorge — símbolo militar russo proibido em vários países vizinhos — destacou a crescente aproximação entre Moscovo e Pequim. Putin saudou a “coragem do povo chinês” e elogiou as forças norte-coreanas, abraçando um general de três estrelas durante a cerimónia.
Entre os convidados estavam também os presidentes do Brasil e da Venezuela, além do primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico, único líder da União Europeia presente, apesar das advertências de Bruxelas.
Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia, reiterou estar pronto para um cessar-fogo genuíno e apelou à Rússia para "provar a sua vontade de acabar com a guerra", enquanto o presidente norte-americano, Donald Trump, defendeu uma trégua de 30 dias e ameaçou novas sanções caso não seja respeitada.