21 mai, 2025 - 17:36 • Ana Kotowicz , Fátima Casanova
Israel lamenta o incidente e o "inconveniente causado". A reação surge depois de ter sido noticiado que pelo menos um diplomata português e um brasileiro estavam entre uma delegação de embaixadores que foram alvo de disparos de aviso do exército israelita em Jenin, na Cisjordânia ocupada. O Governo de Luís Montenegro já convocou o embaixador israelita para uma audiência.
Em nota enviada à Renascença, a Embaixada de Israel em Portugal esclarece que esta quarta-feira “ocorreu uma entrada coordenada de uma delegação diplomática em Jenin", que deveria ter seguido uma rota aprovada fornecida aos membros da delegação. Além disso, lê-se no documento, a delegação foi instruída a não se desviar da rota "devido à área ser uma zona de combate ativa".
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De acordo com uma investigação inicial, acrescenta a mesma fonte, "a delegação desviou-se da rota aprovada e entrou numa área onde não estava autorizada". Nessa altura, "soldados das IDF, que operavam na área, dispararam tiros de advertência para distanciá-los, não havendo relatos de feridos ou danos".
No final do incidente, "uma vez esclarecido que os indivíduos faziam parte de uma delegação diplomática", foi decidido contactar "imediatamente com representantes dos países relevantes", estando previstas "conversas pessoais com os diplomatas para atualizá-los sobre as conclusões do inquérito inicial".
Entretanto, o Governo, que já condenou o ataque, chamou o embaixador de Israel em Portugal. Numa publicação na rede social X, o ministro Paulo Rangel disse estar solidário com o diplomata português que integrava a comitiva, garantindo que vai tomar as medidas diplomáticas adequadas.
"Portugal condena liminarmente o ataque do exército israelita à comitiva diplomática que visitou Jenin, na Cisjordânia", lê-se na nota do Governo enviada à Renascença.
"Nesta comitiva seguiam mais de 20 diplomatas e representantes de órgãos de comunicação social, entre eles, o embaixador Frederico Nascimento, chefe da missão diplomática em Ramallah, que se encontra a salvo. Perante este incidente, que põe em causa o Direito Internacional, o embaixador de Israel em Portugal já foi convocado ao Ministério dos Negócios Estrangeiros."
O incidente não fez feridos, nem provocou danos materiais.
Faixa de Gaza
Pelo menos um diplomata português e outro brasilei(...)
Também a União Europeia pediu a Israel para investigar este incidente. A chefe da diplomacia dos 27 disse ser inaceitável qualquer ameaça à vida de diplomatas, pedindo que sejam assumidas responsabilidades.
Já sobre a situação humanitária em Gaza, o primeiro-ministro Luís Montenegro diz ser absolutamente intolerável o que está a acontecer.
Numa mensagem publicada na rede social X, Montenegro apelou ao fim de qualquer entrave à entrada de ajuda na região, para que seja possível salvar a vida de milhões de seres humanos.
Uma preocupação que Marcelo Rebelo de Sousa acompanha integralmente, segundo uma nota publicada no site da Presidência da República.