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Estados Unidos da América

Trump proíbe Universidade de Harvard de receber estudantes estrangeiros

22 mai, 2025 - 23:29 • João Pedro Quesado com Reuters

Harvard acusou a administração Trump de tomar uma decisão ilegal e de retaliar depois de a universidade ter recusado fornecer ao governo informação sobre estudantes estrangeiros detentores de visto.

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A Casa Branca de Donald Trump removeu, esta quinta-feira, a possibilidade de a Universidade de Harvard inscrever estudantes internacionais, e está a forçar os alunos estrangeiros atualmente inscritos a pedir transferência para outras universidades — caso contrário, podem ver o seu estatuto legal a ser removido pelo governo federal, que ameaça ainda alargar a proibição a outras instituições.

A líder do Departamento de Segurança Interna, Kristi Noem, deu ordens ao departamento para pôr fim à certificação do programa de Harvard que permitia a inscrição de alunos estrangeiros. Noem acusou a universidade de "fomentar a violência, o antisemitismo e coordenar com o Partido Comunista Chinês".

Harvard acusou a administração Trump de tomar uma decisão ilegal e de retaliar depois de a universidade ter recusado fornecer ao governo informação que Noem tinha exigido sobre estudantes estrangeiros detentores de visto.

"A ação do governo é ilegal", afirmou a universidade, declarando que "a ação retaliatória ameaça causar sérios prejuízos à comunidade de Harvard e ao nosso país, e mina a missão académica e de investigação de Harvard".

No ano letivo 2024/25, Harvard tem cerca de 6.800 estudantes universitários. O número representa 27% do total de alunos, de acordo com as estatísticas da própria universidade. Em 2022, o maior grupo de alunos estrangeiros era o da China, com 1.016 alunos. Seguiam-se os alunos do Canadá, Índia, Coreia do Sul, Reino Unido, Alemanha, Austrália, Singapura e Japão.

Harvard sublinhou estar "completamente empenhada" em educar alunos estrangeiros, e que está a produzir diretrizes para os estudantes afetados.

Num processo judicial sobre os esforços da administração Trump em terminar o estatuto legal de centenas de estudantes estrangeiros nos Estados Unidos, um juiz federal decidiu, também esta terça-feira, que a administração não pode remover o estatuto legal destes estudantes sem seguir os procedimentos regulamentares.

Kristi Noem confirmou, numa entrevista à Fox News, que está a equacionar agir da mesma forma sobre outras universidades, como a Universidade de Columbia, em Nova Iorque.

Donald Trump tem estado em confronto com as universidades da Ivy League, com Harvard como alvo principal, criticando o que alega serem "ideologias radicais de esquerda" e a contratação de políticos do Partido Democrata para as funções de professor, assim como de liderança da universidade.

Harvard processou a administração Trump depois de a Casa Branca ter congelado cerca de três mil milhões de dólares de financiamento federal.

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