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Faixa de Gaza

Seis seguranças de ajuda humanitária mortos em ataque de Israel

24 mai, 2025 - 00:52 • Lusa

Cerca de 200 camiões entraram em Gaza nos últimos dias, após três meses de bloqueio total israelita. 90 destes foram distribuídos por todo o enclave, carregados com material médico ou farinha para as padarias da Faixa.

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Seis membros das equipas que protegem a ajuda humanitária em Gaza foram mortos na quinta-feira à noite após vários ataques israelitas em Deir al-Balah (centro), de acordo com as autoridades do enclave palestiniano controlado pelo Hamas.

"Condenamos nos termos mais fortes o crime horrendo cometido pelo exército de ocupação israelita contra o pessoal de segurança e assistência e comités populares voluntários na área de Deir al-Balah, que resultou no martírio de seis membros das equipas de segurança e proteção humanitária", sublinhou o Governo de Gaza, num comunicado divulgado na madrugada de hoje.

Fontes locais informaram que a equipa, composta por polícias e voluntários do Hamas, estava a proteger os camiões de uma tentativa de ataque por parte de um grupo não identificado, quando as forças armadas israelitas lançaram uma série de ataques contra eles.

O Exército israelita garantiu à agência Efe que um dos seus drones identificou na quinta-feira à noite "vários homens armados, incluindo terroristas do Hamas, perto de camiões de ajuda humanitária no centro de Gaza".

"A aeronave atacou os atiradores depois de os identificar. É importante salientar que a ajuda humanitária não foi danificada em consequência do ataque", apontou um porta-voz militar.

A mesma fonte disse que a alegação do Governo de Gaza de que os mortos faziam parte de uma equipa de escolta é "falsa e infundada".

Questionados sobre a identidade ou filiação dos atiradores, que não foram identificados como membros do Hamas, os militares recusaram-se a responder.

Segundo a imprensa palestiniana, o incidente ocorreu enquanto os camiões circulavam pela autoestrada Salah al-Din, uma das duas principais estradas que atravessam Gaza de norte a sul, a mais próxima da linha divisória com Israel e da zona tomada pelas tropas.

O Governo de Gaza acusou Israel de tentar travar o fluxo de ajuda humanitária "e criar um estado de caos e anarquia" na Faixa de Gaza.

A autoridade do enclave controlado pelo Hamas apelou repetidamente à população para proteger os camiões, uma vez que Israel alegou que o Hamas se estava a apropriar da ajuda que transportavam e começou a bloquear completamente o seu acesso em 2 de Março, privando a população de bens básicos (incluindo alimentos, medicamentos e combustível) durante três meses.

Cerca de 200 camiões entraram em Gaza nos últimos dias, após três meses de bloqueio total israelita, enquanto na quinta-feira, 90 destes estavam a ser distribuídos por todo o enclave, a maioria carregados com material médico ou farinha para as padarias da Faixa.

A ajuda humanitária permitida por Israel em Gaza nos últimos dias "nem sequer chega perto de cobrir a escala e o volume das necessidades dos 2,1 milhões de habitantes de Gaza", alertou o porta-voz do secretário-geral da ONU, Stéphane Dujarric, na quinta-feira.

Antes da guerra, entravam no país, em média, 500 camiões transportando produtos básicos para a população todos os dias, embora as organizações humanitárias já considerassem isso insuficiente.

O conflito foi desencadeado pelos ataques do Hamas em 7 de outubro de 2023 no sul de Israel, onde fizeram cerca de 1.200 mortos, na maioria civis, e mais de duas centenas de reféns.

Em retaliação, Israel lançou uma operação militar na Faixa de Gaza, que já provocou mais de 53 mil mortos, segundo as autoridades locais controladas pelo Hamas, a destruição de quase todas as infraestruturas do território e a deslocação forçada de centenas de milhares de pessoas.

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