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Transportes

Bagagem de mão sem limite de líquidos? Aeroportos pedem à União Europeia para permitir mais de 100 ml

08 jun, 2025 - 11:41 • João Pedro Quesado

Um novo tipo de equipamentos no controlo de segurança permite verificar se há explosivos líquidos sem obrigar passageiros a dividir líquidos por recipientes de 100 ml. Os aeroportos de Munique, Roma, Frankfurt e Milão já contam com estes scanners.

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A associação de aeroportos europeus está a pressionar a Comissão Europeia para eliminar as regras que limitam os passageiros a transportar líquidos em recipientes de 100 mililitros. A intenção é fazer a União Europeia seguir o caminho do Reino Unido e acabar com o limite em aeroportos com novos equipamentos de verificação da bagagem.

De acordo com o site Politico, o lóbi ACI Europe — a associação europeia do Conselho Internacional de Aeroportos (ACI) — enviou uma carta ao comissário europeu com a pasta dos transportes, Apostolos Tzitzikosta, na quinta-feira, pedindo uma mudança nas regras em vigor na União Europeia.

"Isto está a ter impacto nos passageiros no que toca ao transporte de líquidos, a abrandar os processos operacionais, a aumentar os tempos de espera e a requerer funcionários adicionais nas verificações de segurança", diz a associação, avisando que o problema "vai levar a perturbações durante os meses de pico do verão se estas restrições não forem levantadas no final do mês".

No centro da questão estão os Sistemas de Deteção de Explosivos para Bagagem de Cabine — os scanners por onde as malas passam no controlo de segurança antes da zona de embarque. Um novo tipo de equipamento, os scanners C3, permite que os passageiros transportem líquidos sem restrições na bagagem de mão, e não obrigam a retirar equipamentos eletrónicos das malas nas verificações de segurança.

Contudo, em setembro de 2024, a Comissão Europeia obrigou todos os aeroportos com este tipo de equipamento a voltar às regras que obrigam os líquidos a estar condicionados em recipientes de 100 ml, justificando como "uma medida de precaução não em resposta a nenhuma ameaça nova mas devido a um problema técnico temporário". Entre os aeroportos afetados estão os de Munique, Roma, Frankfurt e Milão, assim como outros mais pequenos.

A ACI Europe sublinhou, aquando dessa decisão, que os novos equipamentos são oito vezes mais caros que as máquinas de raio-x tradicionalmente utilizadas, e têm custos de manutenção quatro vezes acima das máquinas tradicionais. Ou seja, apontou a mudança como penalizadora dos aeroportos que investiram nos novos scanners.

O Reino Unido implementou as mesmas restrições, mas voltou atrás na decisão em abril, permitindo novamente que os passageiros não se preocupem com o limite de 100 ml em aeroportos com os novos equipamentos.

A associação de aeroportos quer que os equipamentos possam ser certificados "pela UE o mais cedo possível — e de qualquer forma antes de 1 de julho de 2025". Ao Politico, uma porta-voz da Comissão Europeia disse que o processo de mudança da política está em curso e que "novos equipamentos podem ser validados cedo".

O regulamento de segurança de aviação na União Europeia limita os líquidos, aerossóis e géis acima de 100 ml nas zonas de embarque dos aeroportos. A regra existe desde 2006, e foi implementada devido a ameaças terroristas e à incapacidade de máquinas de raio-x em detetar explosivos líquidos.

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