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Desastre aéreo na Índia

O "milagre" do lugar 11A. Passageiro encontrado com vida em avião que se despenhou na Índia

12 jun, 2025 - 10:11 • Cristina Nascimento , Daniela Espírito Santo

Sete portugueses seguiam a bordo de aparelho da Air India que caiu numa zona residencial próximo de Ahmedabad.

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Avião com sete portugueses a bordo despenhou-se na Índia
Avião com sete portugueses a bordo despenhou-se na Índia

[Notícia atualizada às 20h25 de 12 de junho de 2025 - número de mortos revisto]

Um avião da Air India despenhou-se esta quinta-feira na Índia, numa zona residencial próxima de Ahmedabad, com pelo menos 242 pessoas a bordo. A informação foi avançada pela agência Reuters e já foi confirmada pela companhia aérea e autoridades do país.

A polícia confirmou, inicialmente, à imprensa local que todos os passageiros teriam morrido mas, entretanto, o comissário da polícia local adiantou que uma pessoa que seguia a bordo teria sido encontrada com vida.

"A polícia encontrou um sobrevivente no lugar 11A", disse o responsável, citado pela ANI, agência noticiosa indiana. O sobrevivente terá sido encontrado entre os feridos, já no hospital e a receber tratamento.

O homem foi identificado como Vishwash Kumar Ramesh, de 40 anos, um britânico-indiano que vive em Londres e estava em Ahmedabad a visitar a família.

Em declarações ao jornal “Hindustan Times”, citadas também pelo britânico "The Guardian", Ramesh descreve o que se passou no início do voo que o levaria até ao aeroporto de Gatwick, em Londres, no Reino Unido. "Trinta segundos após a descolagem, ouviu-se um ruído forte e depois o avião despenhou-se. Foi tudo muito rápido", assegura.

A polícia indiana inicialmente avançou que tinham sido retirados dos escombros 292 corpos, atualizando o número para "mais de 240" mais tarde.

Segundo a agência Reuters, a bordo seguiam sete portugueses, 169 indianos, 53 britânicos e um canadiano. Entre os passageiros há 11 crianças e dois bebés.

À Associated Press, o comissário da polícia da cidade admitia, ao final desta manhã, que "parece não haver sobreviventes do avião que caiu". No X, a polícia de Ahmedabad revelou no entretanto, uma lista de 25 feridos transportados para um hospital próximo, estimando-se que se tratem de pessoas que se encontravam no solo e que foram atingidas pelos escombros.

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O aparelho seguia para o Reino Unido, London-Gatwick, onde deveria aterrar às 18h25. De acordo com o controlo de tráfego aéreo do Aeroporto de Ahmedabad, a aeronave descolou às 13h39 (hora local, 09h09 em Portugal Continental) emitiu uma chamada de "Mayday", para sinalizar uma emergência. Depois desse sinal de SOS não houve mais resposta por parte do aparelho.

De acordo com as agências internacionais, o problema com o avião terá ocorrido pouco depois de descolar, pelo que a nave caiu já fora do perímetro do aeroporto, numa zona residencial.

Um dos edifícios atingidos foi um hostel que albergava médicos, adianta a polícia. A estação de TV CNN News-18 da Índia confirma o cenário e acrescenta que o avião caiu em cima do refeitório do alojamento de uma faculdade de Medicina gerida pelo governo estadual, atingindo também muitos estudantes de Medicina. Haverá pessoas presas nos escombros.

A imprensa indiana mostra imagens do momento da queda do avião, nas quais é possível ver o aparelho a perder altitude. Momentos depois, uma bola de fogo e fumo negro aparece nas imagens.

No site da companhia aérea lê-se que o voo AI 171 "sofreu um incidente" e o presidente executivo da Air India já veio lamentar o "trágico acidente".

Todos os voos com partida ou chegada em Ahmedabad foram cancelados.

Primeiro-ministro indiano fala em "tragédia", Keir Starmer em "devastação"

O primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, já reagiu à "tragédia" em Ahmedabad. "É de partir o coração. Incompreensível", diz Modi.

Já o primeiro-ministro britânico - país para onde se encaminhava o avião e com 53 nacionais a bordo - diz que as imagens divulgadas da queda do aparelho são "devastadoras".

"Os meus pensamentos estão com os passageiros e as suas famílias neste momento profundamente angustiante", acrescenta Keir Starmer, em comunicado, onde garante que está a ser mantido a par do desenrolar da situação. O ministro dos Negócios estrangeiros do Reino Unido, por sua vez, utilizou a rede social X (antigo Twitter), para confirmar que o país "está a trabalhar com as autoridades locais na Índia para apurar os factos com urgência e prestar apoio". Posteriormente, e já no Parlamento britânico, David Lammy admitiu que o Reino Unido acionou uma equipa de crise em Nova Deli e outra em Londres.

Também o rei Carlos III está a receber informações do local do impacto.

Sete portugueses seguiam a bordo

O secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, Emídio Sousa, afirmou que os sete passageiros portugueses que estavam a bordo do avião da Air India que se despenhou terão dupla nacionalidade, desconhecendo ainda o estado das vítimas.

"Estariam sete cidadãos com nacionalidade portuguesa a bordo. A informação que temos, estamos ainda a confirmar, é que são cidadãos com dupla nacionalidade", indiana e portuguesa, referiu o responsável em declarações aos jornalistas, à saída de uma cerimónia sobre os 40 anos da assinatura do Tratado de Adesão de Portugal às Comunidades Europeias, no Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa.

As autoridades portuguesas consultaram a lista de passageiros e verificaram que "os nomes não são de origem portuguesa, são de dupla nacionalidade".

Os passageiros, acrescentou Emídio Sousa, "estava a deslocar-se entre a Índia e Inglaterra e provavelmente até residiriam em permanência em Inglaterra".

Avião era dos mais recentes em circulação

Segundo avança o FlightRadar24, trata-se de um Boeing 787-Dreamliner, um dos mais recentes aparelhos em circulação (desde 2011), que pode transportar até 330 passageiros. Trata-se do primeiro acidente fatal a envolver este modelo.

Este aparelho em específico voou pela primeira vez em 2013 e foi entregue à Air India em janeiro de 2014.

As ações da Boeing estão, de resto, a negociar no vermelho no mercado norte-americano, onde caíram 8% nas últimas horas.

Em comunicado, a empresa adianta que "não é imediatamente claro o que terá causado o acidente", mas que estava "ciente dos relatos iniciais" e a "trabalhar para reunir mais informações".

Air India oferece cem mil euros a famílias das vítimas

A GE Aerospace, a fornecedora de motores aeronáuticos da empresa, também já reagiu, garantindo que foi ativada uma "equipa de resposta a emergências" e que está prepara para apoiar os seus clientes e a investigação.

O Tata Group, dono da Air India, já comunicou que vai dar cem mil euros aos familiares de cada uma das vítimas do acidente e irá assegurar a cobertura de todas as despesas médicas dos sobreviventes, bem como ajudar na reconstrução do hostel atingido.

O último acidente aéreo fatal na Índia aconteceu em 2020 e envolveu a Air India Express, o segmento "low cost" da mesma empresa. Na altura, um Boeing-737 derrapou para fora da pista e mergulhou num vale. 21 pessoas morreram.
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