13 jun, 2025 - 13:17 • Olímpia Mairos , com agências
O Presidente iraniano condenou esta sexta-feira o "ataque selvagem e criminoso" de Israel, que lançou vários bombardeamentos contra o país, e prometeu "uma resposta poderosa e legítima" de Teerão que fará com que "o inimigo se arrependa desta ação estúpida".
Para o Presidente iraniano, estes bombardeamentos "demonstram ao mundo a verdade que o Irão defende há anos sobre a agressão e os crimes serem inerentes à natureza do regime sionista".
Teerão defende o direito de se defender e anuncia que está a tomar medidas defensivas, políticas e legais para que Israel "se arrependa" do ataque desta madrugada.
A informação está num comunicado da administração do presidente Masoud Pezeshkian, citado pela agência oficial iraniana.
Já o líder supremo do Irão, Ali Khamenei, prometeu hoje um destino "amargo e doloroso" para Israel, após os ataques.
"Com este crime, o regime sionista preparou um destino amargo e doloroso para si, e irá certamente recebê-lo", disse Khamenei, numa declaração publicada na Internet.
Segundo a agência de notícias iraniana Fars, mais de 70
pessoas morreram e mais de 320 ficaram feridas nos ataques de Israel contra o
Irão.
Médio Oriente
Dezenas de alvos militares foram bombardeados. Pri(...)
O exército de Israel anunciou esta sexta-feira que o Irão lançou mais de 100 drones contra território israelita e que "todos os sistemas de defesa estão a funcionar para eliminar as ameaças".
Numa breve conferência de imprensa virtual, o porta-voz do exército, Effie Defrin, admitiu que se avizinham "horas difíceis" face à resposta do Irão.
Defrin informou que 200 aviões de combate participaram no ataque lançado esta manhã contra o Irão, atingindo mais de cem pontos no país com 330 tipos diferentes de munições.
O porta-voz disse que entre os alvos estavam o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas iranianas, general Mohammad Hossein Bagueri, o comandante-chefe da Guarda Revolucionária do Irão, general Hossein Salami, e o líder da base aérea de Khatam ol-Anbiya, general Gholam Ali Rashid.
Numa outra conferência de imprensa, Defrin observou que os caças israelitas também "atacaram e danificaram" os sistemas de defesa aérea iranianos.
O presidente norte-americano, Donald Trump, voltou a instar o Irão a chegar a um acordo nuclear com os Estados Unidos, advertindo que Israel planeia ataques “ainda mais brutais”, mas que é possível travar “este massacre”.
Na sua rede social, Truth Social, o líder norte-americano disse que avisou Teerão de que “seria muito pior do que qualquer coisa que eles conhecessem, antecipassem ou tivessem ouvido falar, que os Estados Unidos fabricam o melhor e mais letal equipamento militar do mundo, de longe, e que Israel tem muito desse equipamento, com muito mais por vir — e eles sabem como usá-lo”.
“Já houve muita morte e destruição, mas ainda há tempo para pôr fim a este massacre, com os próximos ataques já planeados a serem ainda mais brutais”, defendeu.
Segundo Trump, “certos iranianos de linha-dura falaram com coragem, mas não sabiam o que estava prestes a acontecer”.
“Todos eles estão mortos agora e a situação só vai piorar”, insistiu.
Em declarações à CNN Internacional, o presidente dos Estados Unidos disse que os EUA apoiam Israel e classificou os ataques contra o Irão na noite passada como “um ataque muito bem sucedido”.
“O Irão devia ter-me ouvido quando eu disse - sabem que lhes dei, não sei se sabem, mas dei-lhes um aviso de 60 dias e hoje é o 61.º dia”, disse Trump.
Manuel Poejo Torres, especialista em relações inte(...)
O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia afirmou esta sexta-feira que os ataques israelitas contra o Irão e as suas infraestruturas nucleares são “injustificados” e violam a Carta das Nações Unidas.
Em comunicado, citado pela Reuters, a Rússia escreve que “ataques militares não provocados contra um Estado soberano membro da ONU, os seus cidadãos, cidades pacíficas e infraestruturas de energia nuclear são categoricamente inaceitáveis”.
A União Europeia (UE) mantém abertos os canais diplomáticos com Telavive e Teerão, após os ataques de Israel ao Irão, na madrugada de hoje.
“Os canais estão abertos com os dois lados”, referiu, na habitual conferência de imprensa diária, o porta-voz da Comissão Europeia para os Negócios Estrangeiros, Anouar El Anouni.
O porta-voz acrescentou que a Alta Representante da UE para a Política Externa, Kaja Kallas, já falou com o seu homólogo israelita, Gideon Saar, e os serviços de Ação Externa mantém contactos com Teerão.
Os líderes da UE denunciaram a situação perigosa no Médio Oriente, manifestando preocupação e apelando à contenção.
O presidente do Conselho Europeu, António Costa, apelou hoje à contenção e à diplomacia após os ataques de Israel ao Irão, situação com a qual está "profundamente preocupado".
"Estou profundamente preocupado com os últimos acontecimentos no Médio Oriente", referiu Costa, numa mensagem divulgada nas redes sociais, na qual apelou "à contenção e à diplomacia".
O ex-primeiro-ministro apelou ainda a que seja evitada "uma nova e perigosa escalada, que desestabilizaria toda a região" do Médio Oriente.