Ouvir
  • Noticiário das 0h
  • 09 jul, 2025
A+ / A-

Governo iraniano diz que está a exercer direito legítimo de autodefesa

15 jun, 2025 - 10:56 • Lusa

O MNE iraniano disse também "estar absolutamente convencido" de que o Presidente Donald Trump estava plenamente consciente do plano israelita e disse ter "provas sólidas".

A+ / A-

O ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Abbas Araqchi, afirmou este domingo que o seu país está a exercer um "direito legítimo" de autodefesa com os contra-ataques a Israel, em resposta a uma operação contra o seu território.

Araqchi recordou que os ataques israelitas contra as instalações nucleares representam uma violação das Convenções de Genebra e uma "invasão do território iraniano", para não falar das vítimas civis causadas pelos bombardeamentos israelitas que começaram na sexta-feira e que, segundo o Crescente Vermelho iraniano, já fizeram mais de uma centena de mortos e 800 feridos.

O MNE afirmou que o Irão respondeu aos ataques israelitas com base no princípio da defesa territorial, frisando tratar-se de "um direito legítimo de qualquer país, defender-se contra a agressão".

"E foi isso que as nossas forças armadas começaram a fazer há duas noites", disse, acrescentando que o principal alvo do Irão não é a população civil de Israel, mas as suas infraestruturas "militares e económicas".

O ministro lembrou também que o ataque israelita ocorreu no meio de conversações indiretas com os Estados Unidos (que acusou de cumplicidade nos ataques israelitas) sobre o programa nuclear da República Islâmica, o catalisador deste conflito, descrevendo-o como uma manobra para sabotar as negociações.

A suspensão da sexta reunião entre Washington e Teerão, prevista para este domingo em Omã, é uma consequência direta da operação de Israel.

"Israel não quer negociações, e um ataque ao Irão no meio destas demonstra a oposição do regime israelita a quaisquer negociações. Isto aconteceu repetidamente em anos anteriores. Sabotou as negociações e os Estados Unidos cederam-lhe", acrescentou Araqchi.

O MNE iraniano afirmou, igualmente, que o ataque de Israel a uma importante instalação de gás nas margens do Golfo tinha como objetivo "expandir a guerra para além" do Irão.

"Alargar o conflito à região do Golfo Pérsico é um grande erro estratégico, provavelmente deliberado, que visa estender a guerra para além do território iraniano", disse Araghchi aos diplomatas estrangeiros, referindo-se ao ataque de sábado à refinaria de South Pars, no sul do país.

O ministro disse também "estar absolutamente convencido" de que o Presidente Donald Trump estava plenamente consciente do plano israelita e disse ter "provas sólidas".

"Examinámos a situação de perto e temos muitas provas de como as forças americanas ajudaram o regime, mas mais importante do que as nossas provas são as declarações de Trump, que expressou claramente o seu apoio em entrevistas e afirmou claramente que os EUA são parceiros nestes ataques e devem assumir a responsabilidade", disse o ministro.

Israel e o Irão estão em guerra desde a madrugada de sexta-feira, quando Telavive bombardeou instalações militares e nucleares iranianas causando, desde aí, pelo menos 100 mortos, incluindo lideranças militares e cientistas, e 800 feridos, segundo a única contagem oficial de vítimas apresentada até agora pelas autoridades iranianas, que não inclui eventuais novas vítimas de hoje e de sábado.

Os ataques israelitas, efetuados por 200 aviões contra uma centena de alvos, atingiram sobretudo Teerão (norte) e incluem instalações nucleares, como as centrais de enriquecimento de urânio de Fordo e Natanz (centro), o aeroporto nacional de Mehrabad e várias bases militares.

O Irão iniciou a sua retaliação na sexta-feira à noite e realizou, até agora, pelo menos seis ataques com centenas de mísseis direcionados às cidades de Telavive e Jerusalém, que fizeram pelo menos 13 mortos, entre os quais duas crianças e dois adolescentes, e 150 feridos.

Ouvir
  • Noticiário das 0h
  • 09 jul, 2025
Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

Destaques V+