18 jun, 2025 - 00:55 • Fábio Monteiro com Reuters
Pelo menos 59 pessoas morreram esta terça-feira na Faixa de Gaza, depois de tanques israelitas terem disparado contra uma multidão que aguardava a distribuição de ajuda alimentar, disseram fontes médicas à “Reuters”.
O incidente ocorreu em Khan Younis, no sul do enclave, e é um dos mais mortíferos desde que a entrada de ajuda foi parcialmente retomada.
Já segue a Informação da Renascença no WhatsApp? É só clicar aqui.
Testemunhas relataram à “Reuters” que os disparos ocorreram quando milhares de pessoas se concentravam junto a uma estrada principal usada por camiões de ajuda humanitária.
Os tanques israelitas dispararam pelo menos dois projéteis depois de permitirem o avanço da multidão.
"De repente, deixaram-nos avançar e juntaram toda a gente. Depois começaram a cair projécteis, projécteis de tanques", disse Alaa, uma testemunha presente no hospital Nasser, onde os feridos se amontoavam no chão e nos corredores.
De acordo com os serviços de emergência, 221 pessoas ficaram feridas, 20 das quais em estado crítico. As vítimas chegaram ao hospital em carros civis, carroças puxadas por burros e motorizadas adaptadas.
Este foi o dia com mais mortos desde que a ajuda humanitária começou a ser parcialmente distribuída em maio.
Em comunicado, o exército israelita reconheceu ter disparado na área e afirmou estar a investigar o caso. "O exército lamenta qualquer dano causado a civis não envolvidos e atua para minimizar esse risco, garantindo simultaneamente a segurança das suas tropas", referiu o comunicado.
Além do ataque em Khan Younis, outros 14 palestinianos terão morrido noutras zonas do território, vítimas de ataques aéreos e disparos de soldados israelitas, elevando o total de mortos do dia para pelo menos 73.