22 jun, 2025 - 18:18 • Fábio Monteiro com Reuters
Os 32 membros da NATO chegaram a acordo sobre uma declaração conjunta para a próxima cimeira da aliança, que estabelece um objetivo de 5% do PIB para despesas anuais com defesa e segurança até 2035, avança a agência “Reuters”.
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A declaração, que será formalmente adotada na cimeira da Haia na próxima quarta-feira, contou com a aprovação de todos os Estados-membros, incluindo Espanha, que inicialmente se opunha ao texto.
O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, bloqueou uma versão anterior do documento, alegando que comprometer-se com um tecto de 5% seria "irrazoável e contraproducente". Em 2024, a Espanha gastou 1,24% do seu PIB em defesa, segundo estimativas da NATO.
"Respeitamos plenamente o desejo legítimo de outros países em aumentar o investimento em defesa, mas nós não o faremos", afirmou Sánchez num discurso transmitido pela televisão espanhola.
A oposição espanhola foi ultrapassada com uma alteração de redação: onde antes se lia "comprometemo-nos", passou a constar "os aliados comprometem-se". Esta nuance permitiu a Sánchez argumentar que o compromisso não se aplicaria à Espanha.
A NATO funciona por consenso, sendo necessária a concordância de todos os seus membros para aprovar qualquer declaração.
Os dirigentes da Aliança defendem que um aumento significativo nos orçamentos de defesa é essencial para enfrentar ameaças crescentes da Rússia e para que a Europa assuma maior responsabilidade pela sua própria segurança, face à reorientação estratégica dos Estados Unidos para o Indo-Pacífico.
A meta atual é de 2% do PIB, mas o ex-presidente Donald Trump tem pressionado para que este valor aumente para 5% – ainda que, segundo indicou na sexta-feira, essa exigência não se aplique aos EUA.
Segundo o plano do secretário-geral da NATO, Mark Rutte, os países devem atingir os 5% do PIB através de um aumento do objetivo central de despesa em defesa de 2% para 3,5%, sendo os restantes 1,5% destinados a despesas relacionadas, como adaptação de infra-estruturas para fins militares e cibersegurança.