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Julgamento de Bolsonaro: Juiz promete justiça apesar de ameaças e "pressões internas ou externas"

02 set, 2025 - 16:18 • Pedro Mesquita

Bolsonaro faltou ao primeiro dia de julgamento. O seu advogado justifica a ausência do ex-Presidente: "Não virá. Ele não está bem de saúde”. Cabe ao Supremo Tribunal Federal do Brasil avaliar se Jair Bolsonaro e os restantes sete réus estiveram ou não envolvidos numa tentativa de golpe de Estado, em janeiro de 2023.

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Decorre, esta terça-feira, a primeira fase do julgamento do ex-Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro. No Supremo Tribunal Federal do Brasil, o antigo Presidente é acusado de orquestrar um golpe de Estado para se manter no poder após perder as eleições presidenciais de 2022 para o seu adversário e atual Presidente, Lula da Silva.

Bolsonaro não esteve presente na primeira sessão do julgamento e, à entrada, o seu advogado - Celso Vilardi - confirmou a ausência, que justificou com o estado de saúde do antigo Presidente. “Não, não virá. Chegou a manifestar o desejo de estar presente, mas ele não está bem de saúde”, disse e, apesar da insistência, não explicou a que problema de saúde se refere, aconselhando os jornalistas a falarem com os médicos de Bolsonaro.

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Apesar disso, o julgamento foi avante e coube ao juiz Alexandre Moraes apresentar o seu relatório, incluindo a promessa de imparcialidade, e a garantia de que não haverá cedência a qualquer tipo de pressão, seja interna ou externa.

“A missão deste Supremo Tribunal Federal é analisar as acusações oferecidas pela Procuradoria Geral da República. Existindo provas, acima de qualquer dúvida razoável, as ações penais serão julgadas procedentes e os réus condenados. Havendo prova da inocência, ou mesmo qualquer dúvida razoável sobre a culpabilidade dos réus, os réus serão absolvidos. Assim se faz a justiça, independentemente de ameaças ou coações, ignorando pressões internas ou externas”, garantiu.

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Apesar de não fazer qualquer referência direta às pressões de Donald Trump, o juiz Alexandre Moraes assegurou que o Supremo Tribunal não se deixará intimidar. “Lamentavelmente, no decurso desta ação penal, constatou-se a existência de condutas dolosas e conscientes de uma verdadeira organização criminosa que, de forma nunca antes vista no nosso país, passou a agir de maneira covarde e traiçoeira com a finalidade de tentar coagir o poder judicial, em especial o Supremo Tribunal Federal, e submeter o seu funcionamento ao crivo de outro Estado estrangeiro”, admitiu Morais.

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Na leitura do seu relatório, Alexandre Morais deixou ainda um lamento: que tenha existido mais uma tentativa de golpe de Estado, que pretendia abrir caminho a uma ditadura.

“O país e o Supremo Tribunal só tem a lamentar que, na história republicana brasileira, se tenha novamente tentado um golpe de Estado, pretendendo-se a instalação de um Estado de exceção e uma verdadeira ditadura", reiterou.

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Este julgamento é presidido pelo juiz Cristiano Zanin que já marcou oito sessões, distribuídas em cinco dias. Entre os sete réus, além de Bolsonaro, destacam-se Alexandre Ramagem - antigo diretor dos Serviços Secretos -, e Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa.

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