16 set, 2025 - 09:51 • Olímpia Mairos
Está em curso uma operação militar terrestre com o objetivo de conquistar Gaza. A confirmação foi feita pelo próprio Governo de Israel.
Segundo a agência Reuters, que cita um oficial militar, Israel iniciou a fase principal da ofensiva terrestre para assumir o controlo da cidade, poucas horas depois de o diplomata norte-americano Marco Rubio se reunir em Jerusalém com Benjamin Netanyahu, assegurando-lhe o apoio de Washington.
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Os militares israelitas apelaram aos residentes para evacuarem a Cidade de Gaza, afirmando que estão a destruir as infraestruturas do Hamas no maior centro urbano do enclave.
“A Cidade de Gaza é considerada uma zona de combate perigosa e permanecer na área coloca-vos em risco”, escreveu o porta-voz árabe das Forças de Defesa de Israel (IDF), Avichay Adraee, na rede social X.
A incursão começou nos arredores de Gaza, onde os militares israelitas intensificaram os bombardeamentos e a destruição ao longo da última semana. O ministro da Defesa israelita chegou a publicar, no Telegram, uma imagem acompanhada da frase: “Gaza está a arder”.
De acordo com a CNN Internacional, já há tanques israelitas no centro da cidade. A operação, segundo as autoridades, deverá decorrer de forma “faseada e gradual”.
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu também confirmou o início da ofensiva, declarando: “Começámos ontem uma operação intensa em Gaza”, afirmou durante a sessão de abertura do seu julgamento por corrupção.
Uma Comissão de Inquérito das Nações Unidas concluiu pela primeira vez que Israel cometeu genocídio contra os palestinianos em Gaza e que altos dirigentes israelitas, incluindo o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, incitaram esses atos.
“Está a ocorrer um genocídio em Gaza”, afirmou Navi Pillay, chefe da comissão, acrescentando que “a responsabilidade recai sobre as autoridades israelitas, que há quase dois anos orquestraram uma campanha com a intenção deliberada de destruir o grupo palestiniano em Gaza”.
As investigações têm como ponto de partida os ataques do grupo islamita palestiniano Hamas contra Israel, em 7 de outubro de 2023, e demonstraram que as autoridades e as forças de segurança israelitas cometeram “quatro dos cinco atos genocidas” definidos pela Convenção para a Prevenção e Punição do Crime de Genocídio de 1948.
O documento de 72 páginas enumera assassinatos em massa, bloqueio de ajuda humanitária, deslocamentos forçados e destruição de infraestruturas civis — como uma clínica de fertilidade — como provas do crime de genocídio.
Para a comissão, “a comunidade internacional não pode permanecer em silêncio perante a campanha genocida lançada por Israel contra o povo palestiniano em Gaza”.
“Quando surgem sinais e provas claras de genocídio, a omissão em agir para o impedir equivale a cumplicidade”, argumenta.
Em comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros israelita “rejeita categoricamente” este “relatório tendencioso e mentiroso e pede a dissolução imediata” da comissão.