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Manuel Poejo Torres

Poêjo Torres descarta tese de genocídio em Gaza

16 set, 2025 - 16:44 • Jaime Dantas

Ataque israelita na cidade de Gaza resulta da "posição irredutível do Hamas", defende consultor da NATO e comentador da Renascença.

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Manuel Poêjo Torres, especialista em assuntos internacionais, critica o relatório da comissão independente da ONU em Gaza, que acusa Israel de estar a pôr em prática um crime de genocídio contra os palestinianos.

A "padronização da violência, por si só, não é equivalente a uma prova conclusiva de genocídio", afirma o consultor da NATO, em declarações à Renascença.

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Para o especialista, o relatório divulgado esta terça-feira apresenta uma série de imprecisões, desde logo por ditar que "Israel tem uma política de fome e uma política de destruição das vias e das rotas humanitárias".

"Israel abriu vários corredores humanitários, pelo menos três, um no norte e dois no sul. Portanto, é uma evidência contraditória que não prova a intenção genocida deliberada, de acordo com aquilo que são os termos do Direito Internacional", aponta.

Por último, nestas declarações à Renascença, o professor universitário levanta dúvidas sobre a credibilidade dos autores do documento.

"Fizeram alegações e insinuações antissemitas reproduzidas dentro das Nações Unidas e foram obrigados a pedir desculpas públicas por essas mesmas declarações", sublinha.

Ataque à cidade de Gaza resulta da "posição irredutível do Hamas"

A ofensiva israelita na cidade de Gaza resulta da "posição irredutível do Hamas" nas negociações para um cessar fogo no Médio Oriente, na análise de Manuel Poêjo Torres, especialista em assuntos internacionais da Renascença.

O académico relembra que o Hamas, "para além de um grupo terrorista, é também um hipotético governo que controla a região de Gaza" e que, por isso, "deveria zelar pelo bem-estar e pela segurança do seu povo".

No entanto, Poêjo Torres considera que "aquilo a que temos assistido no terreno é precisamente o oposto, a utilização das vidas humanas como escudos humanos para tentar travar Israel e os seus parceiros ao nível do apoio internacional".

"Israel não tem outra opção que não tentar eliminar aquilo que é o bastião de defesa do que resta do Hamas, é a única forma de tentarem trazer de volta para casa os seus reféns que estão em situações desumanas há demasiado tempo", argumenta.

O consultor da NATO sublinha que o primeiro-ministro israelita, Benjamim Netanyahu, "tentou evitar a todo custo desde o início das operações", tendo sido " exploradas várias avenidas para tentar encontrar um meio termo na negociação".

"O Hamas sabe que está operacionalmente derrotado em quase toda a dimensão do território em Gaza e que necessita de ter os reféns sob o seu controlo para poder, de certa maneira, controlar o resultado final destas operações", diz.

Ainda assim, o comentador da Renascença considera que a incursão na cidade de Gaza faz "cair por terra" a possibilidade de negociações para um cessar-fogo na zona do enclave, no curto prazo.

"Não quer isso dizer que, à medida que a operação militar avance sobre a cidade de Gaza, não exista um interlocutor por parte do Hamas que queira fazer concessões e chegar à paz, no entanto eu não acredito nisso porque todas as tentativas resultaram num congelamento da negociação", conclui Manuel Poêjo Torres.

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