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Sudão. Guterres alerta para riscos crescentes para população civil

21 set, 2025 - 09:21 • Lusa

Guterres denunciou que cada vez mais residentes de campos de deslocados estão a ser forçados a fugir "devido aos incessantes bombardeamentos e incursões".

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O secretário-geral da ONU manifestou profunda preocupação com a escalada da violência na capital da região sudanesa do Darfur do Norte, Al-Fashir, e exigiu o fim das hostilidades e a proteção dos civis.

António Guterres "está gravemente alarmado com a rápida deterioração da situação em Al-Fashir, no estado do Darfur do Norte, e alerta para os riscos crescentes enfrentados pelos civis encurralados na zona (...), onde os ataques contra a população civil se intensificaram ainda mais nas últimas semanas", disse no sábado o porta-voz do português, Stéphane Dujarric.

Em comunicado, o secretário-geral realçou que Al-Fashir está sob "um cerco cada vez mais rigoroso" por parte dos paramilitares das Forças de Apoio Rápido há mais de 500 dias.

Guterres denunciou que cada vez mais residentes de campos de deslocados --- como Abu Shouk --- estão a ser forçados a fugir "devido aos incessantes bombardeamentos e incursões".

De acordo com relatórios da ONU, a situação nos campos de deslocados mais próximos de Al-Fashir "deteriorou-se drasticamente desde que o TPI [Tribunal Penal Internacional] detetou condições de fome na zona", em 2024.

Segundo a ONU, o conflito conduziu à maior crise humanitária do mundo, com a declaração de fome em várias regiões do Sudão e um grave surto de cólera.

A isto acresce o risco de violência por motivos étnicos, que aumenta significativamente à medida que os combatentes avançam em direção à área, alertou Guterres.

O líder da ONU voltou a exigir a "cessação imediata das hostilidades", sublinhou a necessidade de "respeitar e proteger os civis" e de facilitar o "acesso humanitário seguro, irrestrito e sustentado" à região.

"Os civis continuam a suportar o peso deste conflito devastador. Os combates devem cessar imediatamente", defendeu o porta-voz do português.

Guterres "insta as partes a iniciarem rapidamente um diálogo genuíno para alcançar a cessação imediata das hostilidades e a redução da violência, incluindo em Al-Fashir", disse Dujarric.

"As partes devem regressar à mesa das negociações e encontrar uma solução sustentável para o conflito", insistiu o porta-voz.

É essencial que a ação internacional se concentre no apoio ao povo do Sudão, acrescentou o secretário-geral.

As declarações de Guterres surgiram depois de o número de mortos num ataque com uma aeronave não-tripulada (`drone`) a uma mesquita num campo de deslocados perto de Al-Fashir ter subido para 70.

No início de setembro, uma missão de inquérito da ONU já tinha dado conta de crimes de guerra cometidos pelos dois lados, acusando igualmente os paramilitares de crimes contra a humanidade, em particular no cerco a Al-Fashir.

A guerra no Sudão, desencadeada em abril de 2023, já matou dezenas de milhares de pessoas e deslocou milhões de outras.

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