07 out, 2025 - 07:30 • Lusa
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, defendeu esta terça-feira que o Hamas "concordou com algumas coisas muito importantes", enquanto decorrem no Egito negociações indiretas para terminar a guerra de dois anos em Gaza.
A primeira ronda de negociações entre o Hamas e os mediadores no Egito, para terminar com a guerra na Faixa de Gaza, acabou numa "atmosfera positiva", adiantou a imprensa estatal egípcia.
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Na estância balnear egípcia no Sinai, as reuniões indiretas, que ocorrem na véspera do segundo aniversário do ataque do Hamas a Israel - o que desencadeou a ofensiva militar israelita na Faixa de Gaza -, visam discutir o plano de Trump, que prevê um cessar-fogo no enclave palestiniano e a libertação dos reféns ainda mantidos em cativeiro pelo grupo extremista.
Nas negociações devem participar emissários norte-americanos encarregados de aplicar o plano apresentado por Trump a 29 de setembro.
Segundo um alto responsável do Hamas, a delegação do movimento extremista palestiniano reuniu-se na segunda-feira de manhã, mas no Cairo, com os mediadores egípcios e cataris, antes do início das negociações diretas.
"Penso que está a correr muito bem e penso que o Hamas concordou com algumas coisas muito importantes", sublinhou o Presidente dos EUA, durante uma conferência de imprensa na Sala Oval.
"Teremos um acordo sobre Gaza, estou bastante confiante nisso", acrescentou.
O republicano de 79 anos indicou, no entanto, que tinha "linhas vermelhas" para as negociações em curso, sem especificar quais.
Contrariou ainda as notícias da imprensa de que tinha acusado o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu de ter uma atitude excessivamente negativa, afirmando que o líder israelita estava, pelo contrário, "muito positivo" em relação ao processo em curso.
Também o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, considera que a proposta norte-americana é uma oportunidade para por fim a um conflito que considera trágico.
Há exatamente dois anos, o Hamas desencadeava uma série de ataques contra Israel que matou cerca de 1.200 pessoas. Em resposta, o exército israelita lançou uma ofensiva em Gaza. Já terão morrido mais de 60 mil pessoas.
O plano de 20 pontos anunciado por Trump na semana passada pretende pôr fim a dois anos de guerra na Faixa de Gaza.
O texto prevê a transferência da administração de Gaza para um órgão palestiniano de tecnocratas independentes, responsável pela gestão dos serviços públicos e municípios e que ficará sob a liderança de um Comité de Paz presidido por Trump e que incluirá também o ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair.