04 nov, 2025 - 20:40 • Redação, com Reuters
A Comissão Europeia (CE) afirmou esta terça-feira que a União Europeia (UE) poderá acolher novos membros já em 2030, elogiando Montenegro, Albânia, Ucrânia e Moldávia pelos progressos alcançados nas reformas necessárias para aderirem aos 27. Por outro lado, a Comissão criticou a Sérvia por ter abrandado no processo de reformas e acusou a Geórgia de um "grave retrocesso democrático".
"Expandir a União é do nosso maior interesse", disse a chefe da diplomacia europeia, Kaja Kallas, aos jornalistas esta terça-feira em Bruxelas, ao apresentar o relatório anual sobre os esforços dos países candidatos para se juntarem ao bloco.
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Este "objetivo realista" da CE alargar o número de membros "continua a ser um processo justo, rigoroso e baseado no mérito", reiterou Kallas.
Entre os países candidatos, Montenegro é o mais bem-visto pela Comissão. Iniciou as negociações em 2012 e esta nação foi apresentada esta terça-feira como o "mais bem preparado" no caminho à adesão, segundo a comissária europeia com a pasta para o Alargamento, Marta Kos.
Pode-se esperar que a Albânia se junte pelo "progresso sem precedentes", elogiou Kos. Em oposição, Geórgia – o outrora país mais pró-Ocidente da antiga União Soviética – foi severamente criticado pelos "direitos fundamentais" enfraquecidos no Estado, expondo o país num estado de "contínuo retrocesso", disse a responsável do pacote.
Já a Ucrânia e a Moldávia estão preparadas para avançar como novos membros, mas a oposição da Hungria, como habitual, está a atrasar o processo.
Esta confirmação da Comissão Europeia responde às inquietações do Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, que tem avançado a sua candidatura à UE, apesar dos desafios impostos pela invasão russa e pelos bloqueios da Hungria ao progresso formal das negociações de adesão.
Zelensky saudou o relatório e reagiu à possibilidade na rede social X (antigo Twitter), com uma mensagem de que "esta é a melhor avaliação até à data", esperando "uma ação decisiva da União Europeia para superar todos os obstáculos artificiais em prol de uma Europa forte e unida".
"Estou grato a cada ucraniano que trabalha diariamente pela nossa independência, pelo nosso Estado, e a todos os que apoiam esses esforços — e, certamente, a todos os nossos bravos soldados, que lutam pela Ucrânia, pelos seus camaradas e pela própria possibilidade de uma Europa segura, unida e livre, com a Ucrânia como parte integrante", lê-se.
Porém, o processo de adesão só tem possibilidade de ser aceite se persistir no combate à corrupção no país, apesar do avanço. "Será essencial manter em dinamismo e evitar qualquer risco de retrocesso, especialmente no combate à corrupção", afirmou a comissária.
Assim, Bruxelas acautela Kiev para as expectativas altas, porque não espera proceder à adesão da Ucrânia como país membro em menos de dois anos. Esta posição relutante justifica-se por alguns países verem a Ucrânia como uma nação pobre e devastada pela guerra, com quase 40 milhões de habitantes.