02 fev, 2018 - 22:20
A Universidade Católica Portuguesa tem um papel fundamental na sociedade portuguesa e ajudou a consolidar o país, mas ainda podia fazer mais se tivesse apoio do Estado. Foi o recado que D. Manuel Clemente, magno chanceler, deixou na cerimónia solene que assinalou os 50 anos da universidade.
“Mais faria se fosse melhor apoiada por quem logra afinal com a indiscutível contribuição para a sociedade, a economia e a cultura. Refiro-me naturalmente ao Estado que há de ser o primeiro órgão ao serviço do bem comum, conjugando solidariedade, olhar por todos, com subsidiariedade, apoiar e estimular as boas iniciativas dos cidadãos, tudo em prol da dignidade e da dignificação da pessoa humana porque é também portuguesa a nossa universidade. Tudo quando interessa ao país lhe interessa também a ela”, disse D. Manuel Clemente.
Na cerimónia, a Universidade Católica atribuiu dois títulos de doutor "Honoris Causa" a duas personalidades que a reitora Isabel Capeloa Gil definiu como "marcantes da sociedade portuguesa e associadas ao crescimento da UCP”: Mário Pinto e Manuela Ferreira Leite (a primeira mulher a receber este grau honorífico).
A economista Manuela Ferreira Leite, ex-presidente do PSD e antiga ministra da Educação e das Finanças nos governos de Cavaco Silva, não conseguiu esconder a emoção.
O jurista Mário Pinto, que dedicou parte da sua vida ao direito do trabalho e sindical e foi professor da UCP desde 1973, retribuiu o elogio que Germano Marques da Silva lhe fez com um elogio à Universidade Católica, entre as melhores do país e nalguns departamentos, também a nível internacional.
Mas, aos mais novos revelou os tempos em que uma universidade ainda era um sonho para a Igreja e católicos e a primeira década marcada por incertezas, críticas e ameaças. E avisou que mesmo hoje não se poder pensar que é uma aquisição segura e tranquila.
A cerimónia incluiu a imposição de insígnias e a entrega de cartas doutorais aos doutores que obtiveram o grau em 2017.