05 fev, 2025 - 09:02 • Sérgio Costa , Jaime Dantas
O presidente da Associação Portuguesa dos Industriais Calçado, Componentes, Artigos de Pele e Sucedaneos (APICCAPS), Paulo Gonçalves, afasta a possibilidade de as tarifas dos Estados Unidos à União Europeia possam constituir um "cenário catastrófico" para as exportações portuguesas.
À Renascença, Paulo Gonçalves admite, no entanto, que as "políticas proteccionistas penalizam o comércio internacional e limitam a evolução das sociedades".
Nos últimos anos, as exportações para território norte americano ascenderam aos 100 milhões de euros, revela o empresário, que por outro lado lembra que o setor "exporta para 170 países e não está dependente de nenhum mercado de forma individual".
Está por isso para já posta de parte a necessidade de despedimentos coletivos, diz o presidente da APICCAPS.
A estratégia passa por continuar a apostar nos "fatores competitivos" do produto português: "A qualidade, o preço e o serviço de excelência".
"Estas medidas vão penalizar, seguramente, também os nossos grandes concorrentes internacionais, a Itália e a Espanha. Nesse ponto de vista, estaremos sempre em igualdade de circunstâncias", conta.
De todo o modo, Paulo Gonçalves pede "respostas urgentes" perante o "clima de indefinição" que "penaliza a atividade económica". Já estão "há muito tempo" a ser feitos esforços de diversificação dos mercados para onde é exportado o calçado português,
"Vamos este ano investir na Coreia, vamos este ano investir no Japão. Não podemos estar agarrados a lado nenhum", considera.