10 mar, 2025 - 07:39 • Jaime Dantas
Há mais jovens com cancro no intestino, uma doença que, normalmente, afeta pessoas a partir dos 50 anos, alerta esta segunda-feira o presidente da Associação de Apoio ao Doente com Cancro Digestivo (Europacolon).
Em declarações à Renascença, Vítor Neves lembra, que segundo os dados mais recentes, relativos a 2022, Portugal tem uma "incidência de 10.500 casos, dos quais 4.800 acabam por perder a vida".
Estes casos incidem, essencialmente, na população acima dos 50 anos, "mas têm aparecido pessoas entre os 25 e os 30" com a doença.
" A parte hereditária explica cerca de 20% mas, não existindo dados que o comprovem, o facto de vivermos de forma sedentária e o consumo de álcool e tabaco também tem impacto", admite Neves.
O especialista alerta que "há pouco rastreio" ao cancro do intestino em Portugal, e por isso lamenta que governo não aposte na prevenção da doença.
"Os governantes não valorizam a prevenção das doenças oncológicas. O cancro do intestino é prevenível e o rastreio tem um custo-benefício excelente", conta.
Vítor Neves apela ainda à população para que esteja atenta aos sintomas, entre eles as "obstipações ou diarreias sem razão aparente, o aparecimento de sangue nas fezes, o cansaço e emagrecimento sem motivo e a sensação constante de intestino cheio e dores abdominais fortes".
Em especial, o médico incita os mais jovens que "façam pressão nos médicos assistentes" para que valorizem os indícios da patologia.
"Por hábito os médicos não associam uma coisa à outra porque o histórico era que o cancro do intestino só aparecia a partir de 50 anos, é preciso insistir", termina.
Segundo o GLOBOCAN, da Organização das Nações Unidas, em 2022 morreram em mais de 900 mil pessoas com cancro em todo o mundo.