23 abr, 2025 - 12:40 • Jaime Dantas
Viveram-se momentos de tensão em frente à Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA) do Porto, onde, esta quarta-feira, mais de uma centena de imigrantes se juntou para pedir melhores condições de integração em Portugal.
Passavam poucos minutos das 10h00 quando um jovem do grupo de extrema-direita “Reconquista” apareceu no local para mostrar o seu desagrado com o protesto, dizendo que “Portugal é dos portugueses”.
Seguiram-se agressões por parte dos manifestantes ao opositor, obrigando a Polícia de Segurança Pública (PSP) a intervir.
Ao mesmo tempo que era afastado pelos agentes da PSP, o membro do grupo anti-imigração lamentava “que o Estado de Direito” tivesse sido “colocado em pausa”, ao “privar a liberdade de expressão” a um “cidadão que decide levantar-se e protestar pacificamente”.
Caíque, um dos intervenientes que esteve envolvido nas altercações, confessou à Renascença que “eram expectáveis” as cenas a que se assistiram à porta da AIMA. Sem se referir em concreto ao que tinha acabado de acontecer, alertou para a necessidade de “cuidar da democracia".
Os ânimos acabaram por acalmar naquele serviço público na zona da Boavista, mas a PSP manteve-se no local até que a manifestação fosse totalmente desmobilizada, uma vez que o jovem da “Reconquista” permanecia a escassos metros de quem protestava.
Antes da tensão ter tomado conta do protesto, eram audíveis as palavras de ordem destas pessoas que reclamavam “mais senhas” para a Agência para a Integração, Migrações e Asilo, ao mesmo tempo que exibiam cartazes com a frase “somos imigrantes, não criminosos”.
A concentração foi convocada pelo movimento Solidariedade Imigrante. O responsável desta associação, Timóteo Macedo, disse que está em causa a “humanidade” e lembra que estas pessoas “vêm para Portugal para trabalhar”.
O governo de Luís Montenegro restringiu a entrada de imigrantes em Portugal, ao terminar com a manifestação de interesse, algo que “não serve o país”, acrescentou o ativista.
“São políticas que estão a andar para trás. São políticas cruéis que maltratam os imigrantes que aqui trabalham e descontam”, lamentou.