30 abr, 2025 - 19:49 • Diogo Camilo e Lusa
O ministro Adjunto e da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida, confessou esta quarta-feira que os motoristas de vários governantes compraram gasóleo para o entregar à Maternidade Alfredo da Costa, que pediu o combustível "com urgência" para manter os geradores a funcionar durante o apagão.
Em declarações na RTP3 antes do debate entre Luís Montenegro e Pedro Nuno Santos, Castro Almeida afirmou que, a certa altura, a Maternidade Alfredo da Costa só “tinha gasóleo para alimentar os geradores por mais uma hora”, pois a capacidade de gasóleo só permitia energia para cerca de cinco horas.
Por isso, foi discutida entre ministros a opção de enviar os carros dos ministros com jerricans com combustível para abastecer o gerador da MAC, solução que acabou por não ser necessária.
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Questionado por António Mendonça Mendes, com que debatia, Castro Almeida explicou que, quando os motoristas chegaram à maternidade com o combustível, "já tinha chegado um carro da GNR e até a Judiciária com combustível. O Governo fez tudo o que tinha que fazer".
Em esclarecimento enviado à Lusa, a Unidade Local de Saúde (ULS) São José (Lisboa), onde está integrada a MAC, a maior maternidade do país, explicou que capacidade do depósito de combustível do gerador é de 400 litros, "o que, com o depósito cheio, permite ter energia para aproximadamente cinco horas, dependendo do consumo".
"Na segunda-feira, na sequência da falha de energia, esse consumo foi reduzido em zonas não prioritárias, tendo sido solicitado, com urgência, o abastecimento de combustível para manter o grupo gerador em funcionamento", justifica.
De acordo com a ULS São José, a "maior dificuldade" foi verificada no transporte de combustível para a MAC, "situação que foi ultrapassada em tempo útil".
Ainda assim, reforça que não foram registadas nas suas unidades - MAC, Hospital Dona Estefânia, Hospital Curry Cabral, Hospital de Santo António dos Capuchos, Hospital Santa Marta, Hospital São José e Hospital Júlio de Matos - qualquer momento crítico na prestação de cuidados durante a falha de energia.
Na noite de segunda-feira, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, admitiu que o mais difícil de gerir no apagão foi o abastecimento de energia aos hospitais, mas assegurou que não se registou "nenhuma situação limite". Um corte generalizado no abastecimento elétrico afetou na segunda-feira, durante cerca de 10 a 11 horas, Portugal e Espanha, continuando sem ter explicação por parte das autoridades.
[notícia atualizada às 23h22]