12 mai, 2025 - 09:36 • Redação com Lusa
A greve parcial dos revisores e dos trabalhadores das bilheteiras levou esta segunda-feira à supressão de menos de 70% dos comboios programados para o dia entre a meia-noite e as 16h, com mais comboios a realizarem-se à medida que o dia avança. Segundo a CP, 549 dos 803 comboios programados foram suprimidos (68,4%).
Os números mais recentes da empresa pública de transporte ferroviário apontam que, dos 101 comboios de serviços mínimos definidos até às 16h, não se realizaram dois. Contudo, realizaram-se 155 outras circulações não previstas nos serviços mínimos definidos pelo Tribunal Arbitral, o que coloca o número de comboios realizados em 254.
A greve levou à supressão de 238 dos 370 comboios programados nos serviços Urbanos em Lisboa (64,3%), enquanto nos comboios Urbanos do Porto a percentagem foi ligeiramente mais alta (65,5%), dado terem sido suprimidos 112 em 171 comboios. Já os serviços Urbanos de Coimbra viram suprimidos 81% dos comboios (17 em 21 programados).
Os serviços de longo curso (Intercidades e Alfa Pendular) tiveram apenas 16 comboios realizados até às 16h, apesar de só três comboios serem abrangidos pelos serviços mínimos.
No caso dos comboios regionais, os únicos serviços de proximidade existentes em muitas regiões do país, a taxa de supressões é de 77,7% — realizaram-se 43 serviços em 193 estabelecidos pelos horários.
A greve parcial teve início às 5h00 e termina às 8h30, mas os efeitos devem fazer-se sentir durante a manhã. A adesão à greve é de 100%, estando apenas a ser cumpridos os 25% respeitantes aos serviços mínimos decretados pelo Tribunal Arbitral". A greve visa reivindicar melhores condições salariais para todos os trabalhadores da empresa.
"A greve parcial mantém-se até terça-feira, sendo que ainda vai ter reflexos na quarta-feira dia 14", adiantou Luís Bravo, para quem esta paralisação "mostra bem o descontentamento dos trabalhadores" em luta contra os salários baixos desde 2010.
"Em 2025, o Governo dá continuidade à sua politica de baixos salários, tendo aplicado um aumento salarial no valor de 34 euros no salário base, valor mais uma vez abaixo do aumento salarial verificado no salário mínimo, considerado muito insuficiente por parte dos trabalhadores", segundo o sindicato.
De quarta-feira a sexta-feira, vários sindicatos estiveram em greve, sendo que até sexta-feira não houve serviços mínimos, o que resultou na paragem total da circulação.
Os trabalhadores exigem o cumprimento do acordo alcançado em 24 de abril entre a administração da CP e os sindicatos, considerando que "o Governo não pode querer os méritos da negociação e depois fugir às suas responsabilidades na aplicação".
A paralisação, que começou na quarta-feira e se prolonga até 14 de maio, foi convocada contra a imposição de aumentos salariais "que não repõem o poder de compra", pela "negociação coletiva de aumentos salariais dignos" e pela "implementação do acordo de reestruturação das tabelas salariais, nos termos em que foi negociado e acordado", disseram os sindicatos.
[Notícia atualizada às 16h25]