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Saúde

Hospitais preocupados com aumento de pessoas em situação de sem-abrigo nas urgências

13 mai, 2025 - 13:30 • Carla Fino , João Malheiro

Xavier Barreto pede que o Estado, os municípios e as comunidades locais tentem encontrar soluções e apela a que este tema "seja discussão na campanha".

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Para além dos problemas habituais do setor, desde logo a falta de médicos, o encerramento temporário de serviços, é notícia o aumento de pessoas em situação de sem abrigo, que se dirigem às urgências hospitalares para se alimentarem, ou apenas em busca de um teto onde passar a noite.

É uma situação que está a crescer, sobretudo na Grande Lisboa. Vários hospitais, contactados pela agência Lusa, confirmam um aumento de casos de pessoas em situação de sem abrigo que procuram as urgências. Um problema que preocupa os administradores hospitalares refere, à Renascença, Xavier Barreto, apontando que o fenómeno afeta a capacidade de resposta dos hospitais.

O presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares reafirma a importância de encontrar uma solução e um maior investimento para um fenómeno que está a crescer.

"Os hospitais têm de sinalizar estas situações e o Estado, através das suas estruturas, tem de encontrar soluções. A criação de estruturas de apoio, que disponibilizem abrigo e refeições. Apoio social e domiciliário", aponta.

Xavier Barreto pede, igualmente, que os municípios e as comunidades locais também tentem encontrar soluções e apela a que este tema "seja discussão na campanha".

Ana Ribeiro, responsável pela área social da Unidade Local de Saúde de São José, confirmou que os casos de pessoas em situação de sem-abrigo têm aumentado, abrangendo sobretudo homens jovens.

"Nos últimos anos tem havido um aumento considerável deste tipo de população. Curiosamente, a nível dos idosos, menos, mas estão situados nas faixas entre os 20 e os 60, maioritariamente, do sexo masculino. Muitos vêm por razões de saúde, porque efetivamente estamos a falar de quadros muitas das vezes associados a consumos alcoólicos, a toxicodependência, razões de saúde mental, muito isolamento", afirmou a responsável, esclarecendo que, nos casos em que não há motivos de saúde, os serviços sociais do hospital de São José fornecem alimentos, banho e até roupa.

À agência Lusa, o hospital de Santa Maria, confirma que, até ao final do mês de Abril, há registo de 79 admissões de pessoas sem-abrigo no Serviço de Urgência, mais 32% do que no mesmo período de 2024.
No Hospital Amadora Sintra, até abril, foram sinalizados 40 casos. Também o Hospital São José sente o impacto do fenómeno.

[Notícia atualizada às 16h19 com declarações de Ana Ribeiro]

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