21 mai, 2025 - 12:57 • Carla Fino
A Polícia Judiciária realizou esta quarta-feira uma operação com dez mandados de busca nas regiões de Lisboa, Margem Sul, Alentejo e Algarve e interior do país. Um dos mandados inclui a TAP, confirmou a companhia aérea.
Há três detidos por "atentado à segurança de transporte por ar", segundo um comunicado a que a Renascença teve acesso. Em causa está uma investigação à compra de material aeronáutico com certificação falsa.
"Confirma-se que houve buscas esta quarta-feira relacionadas com um caso judicial em que a TAP é denunciante e sobre o qual não fazemos comentários", disse fonte oficial, que assegurou que a TAP "está a colaborar com as autoridades".
A PJ indica que os componentes não cumprem os requisitos exigidos pelos fabricantes originais, pelo que constitui um atentado à segurança de transporte aéreo. Os detidos na operação "Voo Cego" estão indiciados dos crimes de burla qualificada, falsificação de documentos, administração danosa, atentado à segurança de transporte por ar, branqueamento, corrupção passiva, corrupção com prejuízo do comércio internacional e fraude fiscal qualificada.
A investigação resulta de uma denúncia apresentada por uma das companhias aéreas lesadas com a atuação dos suspeitos. O caso remonta a 2023, altura em que a empresa detetou, nas suas cadeias de abastecimento, "componentes não certificados, destinados a ser instalados em motores aeronáuticos, no decurso de ações de manutenção".
"Em momento prévio à apresentação da denúncia, a operadora aérea comunicou a deteção dos componentes suspeitos às entidades nacionais e internacionais competentes em matéria de segurança da navegação aérea, contribuindo assim para a mitigação de quaisquer riscos e para uma rápida intervenção das autoridades de segurança aeroportuária a nível internacional", é dito da Operação "Voo Cego".
As investigações ainda prosseguem e os detidos serão presentes a primeiro interrogatório judicial para aplicação de medidas de coação.
[notícia atualizada às 13h50]