28 mai, 2025 - 00:35 • Marisa Gonçalves
Os sindicatos da polícia criticam o novo sistema informático que controla passageiros de fora do espaço Schengen nos aeroportos nacionais. Denunciam falhas e demasiada lentidão que levam a uma maior pressão sobre os agentes da Unidade de Estrangeiros e Fronteiras.
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“Os polícias acabam por ter de fazer controlo a mais pessoas do que seria normal. Por outro lado, quer pelo facto de ser um sistema muito lento relativamente àquilo que é necessário, quer pelo facto de haver máquinas que não estão operacionais ou estão a reinicializar, tudo isso vem fazer com que a carga de trabalho dos polícias acabe por ser ainda maior do que aquela que já era”, diz à Renascença Paulo Macedo do Sindicato dos Profissionais da Polícia.
O responsável manifesta ainda preocupação com o aproximar da época de Verão e, em consequência, com o maior número de passageiros em trânsito nos aeroportos.
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“Sabemos que estamos a entrar numa época de Verão e, sendo Portugal um país que acolhe muitos turistas, eles vão acabar por aceder mais aos aeroportos principalmente de Lisboa e de Faro. Era bom que esta situação se resolvesse rapidamente porque os polícias não aguentam muito mais esta pressão tão elevada, porque já normalmente a têm”, aponta.
O Sindicato dos Profissionais da Polícia fala também em condições injustas para estes profissionais. “Fazem o mesmo, tão bem ou melhor do que fazia o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, quando exercia esta mesma função e recebem metade do valor. Não foi acautelado pelo Governo um suplemento específico para esta função, nem sequer o número de polícias suficientes para que tudo pudesse decorrer de outra forma”, declara.
Paulo Macedo diz que a situação se repete diariamente, em todos os aeroportos nacionais. “Ainda hoje nos relataram mais um problema no aeroporto do Porto, em que há elementos que estão a ser obrigados a trabalhar para além do horário normal, quer seja em serviço, por vezes até gratuito, quer seja em serviço remunerado. Facto é que os polícias já estão num estado muito, muito avançado de desgaste quanto a estas situações. Esperamos que não demorem muito mais tempo a ser resolvidas”, afirma.
O Sindicato dos Profissionais da Polícia pede a intervenção do Governo.