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Turismo

Câmara de Lisboa quer criar dístico para estacionamento de tuk-tuks na cidade

30 mai, 2025 - 20:32

Numa primeira fase vão ser atribuídos até 400 dísticos aos mais de 1.000 tuk-tuks a circular na cidade.

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A Câmara de Lisboa aprovou hoje a proposta de regulamento quanto à paragem e estacionamento de veículos tuk-tuk na cidade, que será submetida a consulta pública e que defende a criação de um dístico para estacionar no espaço público.

"Num primeiro concurso apenas serão atribuídos até 400 dísticos aos mais de 1.000 tuk-tuks a circular na cidade", adiantou à Lusa o executivo presidido por Carlos Moedas (PSD).

Em reunião privada da Câmara Municipal, a proposta para submeter a consulta pública o projeto de Regulamento de Ordenamento da Paragem e Estacionamento de Veículos Afetos à Animação Turística Não Pesados no Município de Lisboa, subscrita pela liderança PSD/CDS-PP (que governa sem maioria absoluta), foi aprovada com a abstenção de PCP, Livre e BE e os votos a favor dos proponentes, PS e Cidadãos Por Lisboa (eleitos pela coligação PS/Livre), informou fonte oficial da autarquia.

"A par da proibição de circulação de tuk-tuks em 337 ruas, que entrou em vigor no dia 01 de abril, e do reforço da fiscalização por parte da EMEL e Polícia Municipal, este regulamento dá mais um passo firme para a disciplina e ordenamento desta atividade", afirmou o vice-presidente da Câmara de Lisboa, Filipe Anacoreta Correia (CDS-PP), que tem o pelouro da Mobilidade.

Numa nota enviada à agência Lusa, Anacoreta Correia reforçou a necessidade de "promover o respeito pelos lisboetas e alcançar uma melhor conciliação entre quem reside e a atividade turística", adiantando que o regulamento aprovado seguirá para discussão pública, pelo período de 30 dias, e, depois desta fase, "poderá entrar em vigor durante o período de verão".

Segundo a liderança PSD/CDS-PP, este regulamento pretende "reduzir o número de tuk-tuks" mediante a criação de um dístico para autorização do estacionamento no espaço público.

Outras das medidas previstas no regulamento são a entrada em vigor de um horário de circulação e estacionamento dos veículos das 09:00 às 19:00; o reforço da fiscalização e da aplicação de multas relativamente a várias infrações, como "a cassação do dístico em caso de incumprimento por mais de cinco vezes das regras do regulamento"; e a proibição de tuk-tuks a combustão "a partir de 31 dezembro de 2026".

Apesar de considerar "essencial" a regulamentação do setor dos veículos de animação turística ligeiros em Lisboa, devido ao impacto que representa na mobilidade da cidade, a vereação do PCP justificou a abstenção na votação com o objetivo de, nesta primeira fase do processo, "não inviabilizar a auscultação dos interessados, reservando o seu sentido de voto para momento posterior, atendendo a algumas preocupações", inclusive a atribuição de dísticos.

O Livre afirmou que "o regulamento há muito que é necessário, embora este, em concreto, não seja aquele de que Lisboa realmente precisa", considerando "um retrocesso injustificável" a continuação de veículos de combustão até 2027 quando, em 2017, já se tinha anunciado a transição para veículos elétricos.

Defendendo que é necessário que a câmara regule o número de tuk-tuks na cidade, e indicando que a iniciativa de PSD/CDS-PP surge "depois de mais de um ano de anúncios", o BE criticou a proposta de regulamento por não limitar o número de veículos, nem os dísticos, e apontou a possibilidade de se exigir ao Governo "lei habilitante para restringir" esta atividade turística, "que apenas exige registo".

A favor da proposta, o PS disse que este regulamento "só peca por tardio", indicando que a proposta da gestão municipal de Carlos Moedas surge "pela proximidade às eleições autárquicas", que ocorrerão entre setembro e outubro.

O PS alertou que a proposta pode vir a causar problemas porque "não se determina um limite para o número de dísticos a atribuir, nem zonas restritas à circulação, o que devia ser feito em locais muito sobrecarregados pela elevada pressão turística".

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  • Ilda Oliveira
    15 jun, 2025 Lisboa 17:36
    Vivemos há 40 anos na Calçada do Monte, junto ao miradouro da Senhora do Monte e é uma falta de respeito, pelos Portugueses moradores nesta zona, sobretudo os mais idosos, com dificuldade em locomoção, onde pretendem viver em sossego na sua aposentação, no seu próprio país. Resumindo, não há sossego, com todos estes tuk-tuks, quando colocam a música alta, descem a calçada aos gritos e a uma velocidade, que já deu em dois acidentes. Quando param uns ao lado dos outros, berram, zangam-se, sem qualquer respeito de quem aqui vive. Se um dia ouvirem dizer que uma moradora atirou com um balde de água para cima dos tuk-tuks, sou eu. Vou presa, mas pode ser que assim resulte.

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