09 jun, 2025 - 22:09 • Fátima Casanova
Um movimento de pais, que contesta os manuais digitais nas escolas, pede a intervenção do Ministério da Educação para que as escolas sejam obrigadas a clarificar se vão manter ou não o projeto-piloto, iniciado no ano letivo 2020/21.
A experiência com os manuais digitais está a decorrer em 80 agrupamentos, envolvendo cerca de 13 mil alunos, apesar da contestação de muitos encarregados de educação.
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De acordo com o movimento “Menos Ecrãs, Mais Vida”, “mais de 80% dos pais estão insatisfeitos”, mas “há diretores de escolas que, perante todas as evidências científicas-pedagógicas, teimam em manter, a todo o custo”, o projeto-piloto manuais digitais (PPMD).
Em declarações à Renascença, Catarina Prado e Castro lamenta a falta de decisão. Por isso, o movimento escreveu uma carta ao ministro Fernando Alexandre a “pedir respostas rápidas, para haver uma pressão sobre estas escolas para haver uma definição de posição”, porque os pais não podem continuar sem saber o que vai acontecer nestas escolas”.
Esta responsável diz que “o projeto-piloto está a ser imposto, uma situação que não pode estar a acontecer na escola pública”.
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Alerta, também, para o facto de haver pais “que podem querer mudar os filhos de escola, mas não podem mudar quando querem, às vezes não conseguem”.
Catarina Prado e Castro lembra que o período de matrículas para o 3.º ciclo começa a 16 de junho e, por isso, é “preciso rapidez numa tomada de posição”.
O movimento pede urgência numa tomada de posição, lembrando que, afinal, os manuais digitais foram considerados desadequados para o 1.º e 2.º ciclo, e que estes são os mesmos alunos que seguem agora para o 3.º ciclo.
“No 7.ª ano vão continuar neste projeto? Já foram penalizados estes anos todos porque agora, pelos vistos, os métodos foram considerados não adequados e vão continuar neste projeto. Vão ser os mais penalizados”, alerta Catarina Prado e Castro.
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A responsável do Movimento “Menos Ecrãs, Mais Vida” considera que a experiência com manuais digitais coloca em causa a equidade entre alunos e diz que este projeto-piloto representa um esforço financeiro para as famílias.
“No final do ano letivo, poucas crianças têm os computadores a funcionar. Os encargos de reparação dos computadores estão a cargo dos encarregados de educação e muitos não estão dispostos nem podem, porque, por vezes, são quantias muito elevadas. A maioria dos pais que têm filhos com manuais digitais compra os livros aos seus filhos porque têm noção que eles fazem falta”, relata.
Catarina Prado e Castro sublinha os perigos que um computador pode representar nas mãos dos mais novos e lembra desde logo que pode ser um foco de distração.