Ouvir
  • Noticiário das 11h
  • 18 jul, 2025
A+ / A-

Vídeo: Mais de 500 anos depois, castor regressa a Portugal

13 jun, 2025 - 16:32 • Redação

Há novas evidências da presença do castor-europeu em território português, tratando-se de um marco histórico para a conservação da natureza.

A+ / A-

Mais de 500 anos depois, há novas evidências da presença do castor europeu (Castor fiber) em território português, na sequência de uma monitorização da Rewilding Portugal - uma organização sem fins lucrativos -, numa zona de fronteira com Espanha.

O último registo conhecido de castores em Portugal consta do século XV, indica a Rewilgin, em comunicado. Desde aí, a espécie desapareceu do território nacional, vítima da caça intensiva e da destruição do habitat.

Já segue a Informação da Renascença no WhatsApp? É só clicar aqui

As evidências começaram a surgir com marcas de roedura em árvores e após serem encontradas estruturas de manipulação do curso da água, típicas da atividade desta espécie. A colocação de câmaras de fotoarmadilhagem confirmou, em vídeo e fotografia, a presença de um individuo jovem adulto, já em território português.

Em 2023, o jornal Expresso noticiou que o castor se encontrava a cerca de 150 metros do território português, com registos no Parque Natural Arribes del Duero e, nesse mesmo artigo, a organização Rewilding Portugal já alertava que o seu regresso seria um questão de tempo e de preparação.

Pedro Prata, líder da equipa da Rewilding Portugal afirma que o avanço do castor para Portugal já era algo a que estavam atentos. "O castor é um aliado natural no restauro da saúde dos nossos rios e zonas húmidas e tem um papel fundamental a desempenhar nos nossos ecossistemas fluviais”, confirma.

O comportamento do castor tem efeitos benéficos para a biodiversidade e para a resiliência ecológica dos habitats ribeirinhos. “Estamos a falar de uma espécie que presta serviços ecológicos que nenhum equipamento moderno consegue replicar com a mesma eficiência e escala, sem custos e sem burocracias que acabam por nunca ser ultrapassadas. O castor melhora a qualidade da água, cria refúgios para outras espécies e ajuda-nos a combater fenómenos como a seca e os incêndios”, sublinha Pedro Prata.

Além disto, é de salientar as evidências existentes de que os habitats criados por castores funcionam como forma de defesa contra incêndios florestais e já mantêm zonas permanentemente húmidas por não permitirem o avanço do fogo e oferecerem abrigo a diversas espécies.

A Rewilding Portugal defende que o regresso do castor não deve apenas ser tolerado, como também deve ser aproveitado como alavanca de transformação ecológica. “O regresso do castor a Portugal é um símbolo de esperança e de mudança. Mostra que, se deixarmos espaço e tempo à natureza, ela responde. Cabe-nos agora garantir que este regresso seja bem acolhido e protegido”, reforça Pedro Prata.

Contudo, o regresso desta espécie implica desafios, uma vez que a sua presença pode causar impactos em plantações ribeirinhas ou infraestruturas mal adaptadas à dinâmica natural do rios.

A Rewilding Portugal, ao perceber da aproximação do castor de território nacional, decidiu tornar pública a descoberta, informando antecipadamente e detalhadamente as entidades competentes. Esta atitude permitiria agir de forma preventiva e não reativa, com o intuito de criar condições para o regresso da espécie. No entanto, até à data, esse pedido não teve "qualquer efeito", uma vez que não foi realizado nenhum esforço nesse sentido.

A chegada do castor ao país é um marco histórico para a conservação da natureza do mesmo.

Ouvir
  • Noticiário das 11h
  • 18 jul, 2025
Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

Destaques V+