16 jun, 2025 - 21:30 • Redação
Ivo Fernandes e Susana Rodrigues acreditaram que estavam prestes a começar uma nova vida. Tinham encontrado um apartamento em Matosinhos e, com ele, a possibilidade de reaver a filha de nove meses, retirada pela Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ).
Mas o que parecia o início de um recomeço tornou-se num pesadelo.
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A história começou com um anúncio nas redes sociais. Um T2 por 700 euros, com despesas incluídas.
“A minha mulher chegou até essa senhora, começou a falar com ela pelo WhatsApp, a senhora estava a pedir 700 euros para a dar início de contrato. Ao final do dia, a minha mulher disse que tinha que mandar mais 700, que tinha que ter a renda em caução para o contabilista poder colocar nas finanças”, contou Ivo à “TVI”.
“E eu disse que não ia dar mais dinheiro nenhum enquanto não fizesse videochamada comigo e mandasse cópia do cartão do cidadão.”
A alegada senhoria assentiu, fez o que lhe foi pedido. Por isso, Ivo pensou que tudo estivesse bem.
No dia da mudança, Ivo e Susana chegaram com os poucos pertences que tinham. Mas ninguém os esperava à porta do prédio. “O segurança perguntou quem era o proprietário. Quando dissemos o nome, ele respondeu que ninguém com esse nome tinha casas ali”, recordou Ivo.
O casal percebeu então que tinha sido enganado. A suposta proprietária desaparecera. O dinheiro também.
Com o quarto anterior já entregue, o casal ficou sem alternativa. De momento, dormem nas escadas do prédio onde julgaram poder recomeçar. A filha, retirada pela CPCJ há cerca de um mês por viverem num quarto arrendado sem condições, continua institucionalizada.
“Disseram-nos que, se conseguíssemos uma casa, ela voltava para nós. A nossa esperança era essa”, disse Susana ao “Jornal de Notícias”. “Fomos burlados porque estávamos desesperados. Só queríamos a nossa filha de volta.”