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Justiça

Anjos vs. Joana Marques. Produtora em lágrimas no tribunal

18 jun, 2025 - 16:00 • Liliana Monteiro

Pelo tribunal passaram também gerentes de três empresas que cancelaram contratos com o grupo musical. Alegaram que os comentários negativos sobre a banda levaram à rescisão.

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Timi Montalvão, há 22 anos a trabalhar com os Anjos, emocionou-se ao prestar depoimento esta quarta-feira no julgamento que opõe os cantores à humorista Joana Marques, num processo em que é reclamada uma indemnização superior a um milhão de euros pelos danos causados por uma montagem de vídeo feita pela humorista relativamente ao hino cantado no MotoGP, em 2022.

“Eu não queria acreditar no que estava a ver”, afirmou em tribunal, depois de ser convidada a recordar aquele dia. “Ficámos tristes e surpreendidos. Era um evento transmitido para o mundo inteiro, era um momento de orgulho!”, declarou.

A produtora contou que teve conhecimento do vídeo de Joana Marques através da mulher de um dos cantores. Segundo Timi Montalvão, não restam dúvidas de que o conteúdo foi feito com “intuito malicioso”.

As consequências afetaram não só os irmãos Rosado, mas também as testemunhas. “Recebi mensagens com insultos... nem queiram saber o que é passar por isso”, desabafou.

“Uma coisa boa nunca consegue superar uma coisa má”

Recordou ainda que a banda divulgou um vídeo captado com o telemóvel da própria produtora, onde se mostrava a verdadeira versão cantada. No entanto, lamentou: “Uma coisa boa nunca consegue superar uma coisa má.”

E acrescentou ainda: "O humor não pode tudo, não pode provocar humilhação pública."

Timi Montalvão sublinhou que o bullying digital persiste até aos dias de hoje, sempre que o caso é referido.

Joana Marques, arguida no processo, ainda não prestou declarações em tribunal, nem terá, até ao momento, apresentado pedido para o fazer. As testemunhas de defesa deverão ser ouvidas no próximo dia 30.

Prejuízos estimados em pelo menos 160 mil euros

Hoje passaram também pelo tribunal os gerentes de três empresas que cancelaram contratos com o grupo musical. Alegaram que os comentários negativos sobre a banda levaram à rescisão de contratos, já que estes pressupunham uma boa imagem pública dos Anjos, bem como a valorização do seu lado solidário, que consideram ter ficado comprometido.

O julgamento decorre no sexto piso do Palácio da Justiça, em Lisboa, numa sala ampla com o ar condicionado avariado, sendo utilizada uma simples ventoinha para tentar refrescar os presentes.

Garrafas de água e papéis usados como leques servem de recurso para aliviar o calor intenso que se faz sentir no interior.

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  • Vitor
    25 jun, 2025 Vila Nova de Gaia 13:38
    Foram criticados de forma humoristica pelo horrível desempenho que prestaram, a vida é assim, quer se goste ou não. Agora não posso deixar de realçar a curiosidade despertada ao ler a notícia neste mesma página, portanto a dona da produtora teve conhecimento do vídeo por parte da esposa de um dos cantores, logo aí já mostra uma proximidade extra laboral entre todos os elementos. Havendo assim essa mesma proximidade, a produtora decide "cancelar" espetáculos. Honestamente, acho qie o depoimento da dona da produtora serve apenas para tentar ludibriar o caso a favor dos incompetentes e com isso meter uns bons milhares ao bolso. Esquisito, não? Fica a questão...
  • José Calçada
    25 jun, 2025 Penafiel 12:58
    Prejuízos calculados em 160 mil €, com um pedido de indemnização de mais de um milhão, é de quem não tem noção do valor do dinheiro, e nem do trabalho. Os tribunais perderem tempo com estas coisas, quando têm tantas outras muito mais importantes, está péssimamente mal. Não ouvi a gravação, porque não perco o meu tempo com este tipo de gente mas, pelo que dizem, eles alteraram o Hino Nacional, e isso sim, é crime. Eles é que deveriam estar a ser julgados...
  • António João Gonçalv
    25 jun, 2025 Viseu 08:53
    Quem não quer ser criticado faz as coisas como deve ser . Neste caso, para mim, os prevaricadores foram os próprios cantores que cantaram o hino nacional pessimamente, por isso sujeitos às criticas de todos os que assistiram ao devaneio. Como é óbvio, os humoristas procuram esses deslizes para os majorar e gozar com os intervenientes. Não se trata de crítica boa ou má mas sim de humorismo crítico com exagero dos diversos erros cometidos pelos autores que é o que faz rir das infelicidades cometidas por quem se julga acima dos outros e endeusado. Puro humor. Certo que os atingidos nunca gostam de ser ridicularizados, reagindo de diferentes maneiras: uns riem e a situação fica passado pouco tempo arquivada, outros tentam defender-se culpando os outros dos próprios erros o que faz com que a situação ainda piore mais por essa mesma reacção aos seus erros.
  • Filipe
    24 jun, 2025 Évora 10:54
    Utilizam a justiça para sacar dinheiro , é Extorsão pura à Liberdade de Expressão , quando mataram os jornalistas em França todos defenderam a crítica , mas Portugal está a aprender a ser corrupto na justiça , é para dividiram os lucros . Basta ver ... antes de serem Magistrados já são corruptos , divulgam o que vai sair nas provas de aferição do CEJ . Façam exames ao sangue , psicotécnicos e perícias médicas a quem quer escolher a profissão de Magistrado ou Magistrada em Portugal , caso não o façam o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos , os vai sovar a todo o custo , tenham vergonha .
  • vitor Cabral
    19 jun, 2025 Boa Aldeia - Viseu 13:38
    Lamentando o sucedido não sou apologista do vale tudo no entanto vejo ainda com piores olhos o aproveitamento da situação com lamechices por parte dos cantores . 1 milhão de euros?? Querem o euro milhões sem trabalhar ? Parece-me aproveitamento exagerado .

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