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Educação

Trabalhadores com mestrado podem ganhar quase o dobro dos que apenas fizeram o secundário

25 jun, 2025 - 00:36 • Fátima Casanova, João Pedro Quesado

Estudo do "think tank" Edulog alerta para o facto de se estarem a acentuar as diferenças salariais entre homens e mulheres, e revela que a falta de professores se vai acentuar.

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Estudar compensa. Esta é uma das grandes conclusões do Balanço Anual da Educação, um relatório lançado pela primeira vez pelo Edulog — o "think thank" para a Educação da Fundação Belmiro de Azevedo —, que aponta que ter um mestrado pode significa ganhar quase o dobro de quem que só tenha o ensino secundário.

O estudo, a que a Renascença teve acesso, aponta que um trabalhador com mestrado ganha cerca de 80% acima de alguém com apenas o 12.º ano concluído. No caso dos licenciados, a diferença salarial é de 45%. Os investigadores alertam ainda para a baixa presença de filhos de famílias desfavorecidas em mestrados. Entre os que acabam a licenciatura, só 40% seguem para o mestrado.

Para Isabel Leite, do conselho consultivo do Edulog, "a licenciatura tem perdido progressivamente valor no mercado de trabalho", mostrando "que há claramente uma preferência no mercado de trabalho por qualificações cada vez mais mais elevadas".

A responsável do think thank diz que "quanto mais longo for o percurso educativo, menor a probabilidade de desemprego", já que "o risco de desemprego é consideravelmente menor em relação a jovens que têm, por exemplo, só o ensino básico ou só o ensino secundário".

São conclusões do Balanço Anual da Educação, que incidiu entre os anos de 2019 e 2023.

Isabel Leite revela que os melhores salários estão em áreas como as engenharias e informática. Por isso, avisa os estudantes que é preciso saber "as áreas que estão mais associadas àquilo que vai sendo a evolução da estrutural da economia portuguesa".

"As áreas das ciências da tecnologia, das engenharias, das informáticas estão a ter uma forte procura e, portanto, uma forte recompensa, enquanto que outras áreas mais relacionadas com serviços ou com humanidades acabam por ter uma menor recompensa", sublinha a professora da Universidade de Évora, ressalvando que está a falar "do ponto de vista salarial".

A responsável do Edulog alerta também para o facto de se estarem a acentuar as diferenças salariais entre homens e mulheres, com os homens a ganharem progressivamente mais devido às opções feitas logo no ensino secundário.

O estudo revela ainda que a falta de professores se vai acentuar, principalmente em algumas regiões, com uma classe envelhecida. Isabel Leite considera positivas as medidas do atual Ministério da Educação, mas aponta que não são suficientes e acredita que tem de haver novas medidas.

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