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Turismo

Hotelaria algarvia espera faturar mais com aposta na classe média alta

27 jun, 2025 - 12:29 • Lusa

As reservas para o verão deste ano estão num nível superior às de 2024, na mesma altura, sendo esta trajetória fruto da atratividade do Algarve, conseguida com a requalificação das unidades hoteleiras.

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Os hoteleiros algarvios esperam faturar mais 6% até ao final do verão face a 2024, apostando na classe média alta, admitindo que há portugueses a preferir outros países mais baratos passar férias, disseram hoje à Lusa responsáveis do setor.

"O Algarve não está numa competição para preços baixos. Está numa competição para preços médios altos", disse à agência Lusa Hélder Martins, presidente da Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA). O dirigente da maior associação regional de hotéis indicou que, no primeiro semestre do ano, a faturação e a ocupação nas unidades dos membros da associação aumentou cerca de 3% em relação ao ano anterior e espera que até ao fim do verão cresça entre 5 a 6%.

As reservas para o verão deste ano estão num nível superior às de 2024, na mesma altura, sendo esta trajetória, segundo Hélder Martins, fruto da atratividade do Algarve, conseguida com a requalificação das unidades hoteleiras, feita anualmente. O presidente da AHETA afirma não saber o número de portugueses que irão para o Algarve, nem se vai haver um aumento ou uma diminuição, apenas podendo ter esses números no final de cada mês.

"[Certo é que] Eu não posso fazer negócio só com os portugueses", afirma Hélder Martins, acrescentando que, "se os portugueses não têm bolsa para vir para o Algarve e outros países são mais baratos, será a lei da concorrência que irá funcionar". Este gestor hoteleiro admite que no início do ano os preços no setor tinham aumentado cerca de 5% devido ao crescimento dos custos de produção, nomeadamente dos salários.

Por outro lado, o diretor do Hotel D. José, em Quarteira, João Soares, acha "prematuro" afirmar que haverá menos portugueses a passar as férias de verão no Algarve este ano. "Não tem havido um decréscimo de clientes portugueses até agora e penso que isso não irá acontecer quando se fizer o balanço no final de agosto", disse João Soares, acrescentando que "mesmo que isso aconteça, não será uma variação significativa".

Na unidade hoteleira que dirige, este gestor indica que os negócios no primeiro semestre deste ano foram superiores aos de 2024, sem grandes alterações nas nacionalidades dos turistas. "Não tem havido decréscimo de portugueses, havendo agora uma tendência para os portugueses viajarem para o estrangeiro, o que não tem nada a ver com os preços", afirma João Soares.

O diretor hoteleiro confirma o aumento dos preços no consumidor "que não chegam aos dois dígitos", tendo os custos de produção aumentado ainda mais, refere.

João Soares considera que é mais fácil encontrar empregados para trabalhar na hotelaria, mas queixou-se da falta de formação profissional desses trabalhadores.

"Tenho entre sete e oito pessoas a trabalhar no bar, em vez de apenas cinco, devido à sua pouca qualificação", disse.

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  • Alexandre Laurent
    28 jun, 2025 Castro Marim 16:26
    Simplesmente inacreditável! Se não fosse de um alto dirigente associativo do Algarve diria que é uma brincadeira! O senhor deve falar apenas de uma pequena fatia hoteleira do Algarve. Afastar os turistas nacionais é inacreditável. O que é de uma região turística sem os seus cidadãos nacionais? Tem alguma sustentabilidade? Está notícia desrespeita todos aqueles que trabalham para oferecer mais qualidade à oferta turística, a pensar em todos os potenciais turistas, e principalmente nos portugueses. É de um desconhecimento total da realidade algarvia. Convido o senhor a sair do concelho de Loulé e auscultar os empresários hoteleiros do resto do Algarve. E quanto às grandes expectativas de receitas veremos se os sinais que nos chegam das contas nacionais serão assim tão positivos. Enfim, um tiro no próprio pé…

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