22 jul, 2025 - 17:20 • Liliana Monteiro
O presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas; a ministra do Ambiente, Maria da Graça Carvalho; e a comissária Europeia para a Resiliência Hídrica, Jessica Roswall, visitaram esta terça-feira os estaleiros do plano de drenagem da cidade situados em Santa Apolónia, onde já chegou a tuneladora que durante um ano e meio abriu um túnel entre Monsanto e esta zona à beira rio.
Este túnel, o maior do plano, atravessa várias zonas da cidade e conta com três vórtices de recolha de águas que depois são encaminhadas para o subsolo. Em alguns casos o túnel desceu a 70 metros abaixo do solo.
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O engenheiro Silva Ferreira, coordenador do projeto, admite que o túnel poderá estar já operacional no período das chuvas de 2026.
“Estamos a trabalhar para isso, é esse o nosso objetivo”, afirma o engenheiro, acrescentando que “estes túneis estão dimensionados para transportar água de chuvas que possam ocorrer uma vez em cada 100 anos. Têm capacidade para 175 metros cúbicos por segundo. Em Santa Apolónia, o túnel de cinco metros e meio alarga à medida que avança para o rio, onde vai ter depois 30 metros de largura para que água tenha uma velocidade inferior a uma preia-mar no rio”.
Carlos Moedas assegurou que a intervenção foi auto(...)
Esta parte da obra deverá esta concluída em outubro deste ano. A tuneladora segue depois para a zona de Chelas, onde vai abrir um outro túnel até ao Beato.
A obra foi elogiada pela representante da Comissão Europeia, Jessica Roswall, que a classificou como histórica.
"Tomámos a água como garantida durante demasiado tempo e acho que projetos como este são exemplo de que sabemos o que fazer precisando apenas de agir e por isso estou muito feliz por estar aqui. Temos trabalhado de forma estreita com Governo português em matéria de resiliência da água, porque a água é um problema não só para Portugal mas também para a europa. Este é um projeto histórico e estou feliz por fazer parte dele", declarou Jessica Roswall.
Já o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, sublinhou a importância da equipa de largas centenas de trabalhadores, muitos são imigrantes, que contribuíram para o sucesso desta etapa do trabalho.
Tal como no início dos trabalhos da tuneladora, voltou a dirigir-se ao Fernandes, um trabalhador português que, tal como ele, já esteve emigrado em França.
"Este túnel de quase cinco quilómetros chegou aqui na perfeição por causa do trabalho de homens com grande coragem, que viveram dentro desta máquina almoçaram, jantaram e dormiram na máquina e o Fernandes representa a força dos que saíram do país à procura de uma vida melhor, mas também aqueles que vieram para o nosso país para trabalhar e ter uma vida melhor", salientou o autarca que se vai recandidatar nas eleições de 12 de outubro.