22 ago, 2025 - 13:38 • Rita Vila Real
A poucas horas de mais uma edição da Feira do Livro do Porto, a Renascença calcorreou os jardins do Palácio de Cristal para ver os últimos preparativos dos livreiros antes da abertura de portas.
Pelo caminho, carrinhas, caixas e livreiros apressados preenchem a paisagem de quem passa. Ao iniciar o percurso pelo largo corredor que acolhe a Feira, é possível perceber o alarido de quem conta os minutos para a grande abertura. Este ano, são 130 pavilhões e 113 livreiros, editores e alfarrabistas que integram este espaço, desta sexta-feira e até 7 de setembro.
Enquanto alguns já tinham os livros a postos para receber visitantes, outros ainda estavam a montar as estantes, como é o caso de Vanessa Rodrigues, que garante que, apesar disso, não estava atrasada nos preparativos: " Estamos dentro do timing", assegura.
Uns metros mais à frente passamos pela Concha Acústica e pelo Lago dos Cavalinhos, que esperam uma programação variada ao longo das próximas três semanas. Também por aqui, os preparativos continuam. Do lado oposto do recinto, e vindo diretamente da Vila de Oeiras, os donos da "Gatafunho" marcam presença pela segunda vez. "Estamos muito contentes por estarmos aqui, porque é uma feira da qual nós gostamos muito", conta-nos Inês Araújo, responsável por esta livraria e editora independente de livros infantis. "Identificamo-nos muito com esta feira, com o público que aqui está, e com o espírito da feira, que é mesmo de viver o livro e de viver a cultura", diz.
Apesar disso, as expectativas da livreira são comedidas: quer "superar as vendas do ano passado", mas acredita que, "este ano, economicamente as vendas estão um bocadinho diferentes".
Se cada pavilhão se ocupa em acabar de colocar os livros nas estantes, a organização da Feira do Livro também sente o "alarido" dos últimos preparativos. "Estamos aqui a aprimorar o espaço para poder dar o máximo de conforto possível aos nossos visitantes, porque o que pretendemos é que as pessoas se sintam efetivamente em casa", diz Sílvia Faria, coordenadora da Feira do Livro do Porto.
A organização quer que os visitantes possam fazer da Feira uma segunda casa: "começar de manhã, ao final da manhã, com atividades para o público infantil e juvenil, depois passar para as leituras ou para as compras dos livros, assistir às conversas, terminar ao fim do dia com os concertos ou, quem sabe, a ver o pôr-do-sol, porque este é um dos melhores sítios para ver o pôr-do-sol na cidade do Porto", garante Sílvia.
No dia de "grande rebuliço", só se pensa "na primeira hora", na abertura de portas, um "fenómeno fantástico". Sílvia descreve-o como "uma grande massa humana a entrar para este espaço e apoderar-se, apropriar-se deste espaço para podermos viver aqui dias felizes e em pleno em torno do livro e da palavra".
Se, no ano passado, a Feira do Livro atingiu 220 mil visitantes, as expectativas para esta edição são mais ambiciosas, até porque o certame tem uma "ótima programação". "Este ano temos um verdadeiro festival musical associado", assegura a coordenadora da Feira, que é dedicada a Sérgio Godinho. "Aumentamos exponencialmente o número de concertos e acredito que vamos superar os 220 mil do ano passado", remata.