02 set, 2025 - 08:10 • Filipa Ribeiro
Já passou mais de um mês desde a última vez que José Sócrates falou no Tribunal Central Criminal de Lisboa. A Operação Marquês regressa depois das férias judiciais e o antigo primeiro-ministro vai continuar a ser questionado sobre os 22 crimes que lhe foram imputados, nomeadamente três de corrupção.
Num processo marcado por duras críticas e desentendimentos entre o antigo primeiro-ministro e a juíza Susana Seca, José Sócrates já procurou refutar algumas das acusações de corrupção.
Entre as acusações ao Ministério Público, à juíza, ao Procurador-Geral da República e até à comunicação social, José Sócrates afirmou que não há provas para as acusações relacionadas com a PT, desde a OPA da SONAE à alienação da participação na brasileira Vivo e a passagem para a Oi no Brasil.
O antigo primeiro-ministro chegou a apresentar um documento para provar que o Governo que liderou se absteve sobre a OPA da SONAE e afirmou que não teve qualquer influência sobre as decisões da operadora no Brasil.
Sobre amigos, entre as declarações do antigo primeiro-ministro houve destaque para o facto de José Sócrates afirmar que não tinha qualquer relação de amizade com Ricardo Salgado, uma vez que nas mensagens a que o processo teve acesso o antigo governante se dirige ao ex- banqueiro como "meu caro amigo".
Por explicar estão ainda as transferências de dinheiro entre amigos e familiares, Sócrates negou ter recebido vários montantes referidos no processo. Confirmou apenas que recebeu 450 mil euros da mãe para "viver".
Dos crimes de corrupção imputados o antigo governante terá ainda que dar esclarecimentos sobre Vale do Lobo - o projecto imobiliário de luxo no Algarve.