05 set, 2025 - 19:30 • Pedro Mesquita , com redação
Os vereadores socialistas da Câmara de Lisboa não irão pedir a demissão de Carlos Moedas, na reunião da autarquia agendada para a próxima segunda-feira, mas exigem uma "avaliação política". Em causa está o acidente no Elevador da Glória, que provocou 16 mortos e mais de 20 feridos.
Na proposta que leva para a reunião de câmara, o PS vai pedir que a autarquia demonstre "em tempo muito célere, a capacidade de apurar todas as causas, bem como de assumir integralmente todas as responsabilidades, sejam elas de natureza técnica ou política".
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À Renascença, o vereador socialista Pedro Anastácio avança que o autarca Carlos Moedas será confrontado com as declarações que proferiu enquanto candidato, sobre a forma de estar na vida política, pedindo-lhe que reflita.
“Mais do que pedir demissão ou não, há uma avaliação política que Carlos Moedas tem que fazer sobre o que diz Carlos Moedas em 2021 ao Carlos Moedas de 2025. E essa é uma reflexão política que é exigida que seja feita ao presidente da câmara municipal. E isso é diferente de um pedido de demissão ou não, é uma avaliação do próprio face àquilo que o já afirmou sobre o modo de estar na vida política”, sublinha o vereador socialista Pedro Anastácio.
Em causa estão declarações de Carlos Moedas, em junho de 2021, sobre o caso dos dados de cidadãos ucranianos enviados para a embaixada russa pela Câmara de Lisboa, então liderada pelo socialista Fernando Medina.
Na altura, o social-democrata defendeu a demissão de Fernando Medina. "A confirmar-se, Fernando Medina só tem uma saída: a demissão. Lisboa tem de ser, e comigo será, uma cidade de Liberdade, onde se celebra e defende a Democracia em Portugal e em qualquer ponto do mundo", escreveu na rede social X.
Esta sexta-feira, o ex-líder socialista Pedro Nuno Santos defendeu que o presidente da Câmara de Lisboa deve assumir responsabilidades políticas pelo acidente no Elevador da Glória, considerando que Carlos Moedas "é prisioneiro" das suas declarações sobre Fernando Medina.
"Tenho visto algumas pessoas tentarem evitar o inevitável: a assunção de responsabilidades políticas pelo atual Presidente da CML. Moedas é prisioneiro das suas próprias declarações em 2021, quando exigiu a demissão de Fernando Medina", escreveu, nas redes sociais, o deputado e ex-secretário-geral do PS.
Entretanto, o Chega pretende apresentar uma moção de censura ao executivo da Câmara de Lisboa por causa do desastre no Elevador da Glória.
O deputado municipal e candidato do partido à autarquia, Bruno Mascarenhas, exige responsabilidades pelo acidente com o elevador da Glória.
Por seu lado, a Câmara de Lisboa garante que tem vindo a reforçar o investimento na Carris, acreditando que o transporte público é uma aposta prioritária da sua política de mobilidade.
O executivo de Carlos Moedas garante em nota enviada à Renascença que entre os anos de 2022 e 2025, os pagamentos aumentaram cerca de 29%.