11 set, 2025 - 05:59 • Rita Vila Real
"Do meu ponto de vista, os direitos dos trabalhadores não são feridos", posição da organização da conferência Labour 2030, Pedro Condês Tomaz, relativamente à anteproposta sobre Direito do Trabalho que está a ser desenvolvida pelo governo português.
No momento em que se discutem propostas do Governo para alteração das leis laborais, a organização da Labour 2030 diz que o Ministério do Trabalho está ainda "a desenvolver um documento de trabalho para começar um diálogo com os parceiros sociais e até para ouvir um bocadinho a opinião pública da sociedade civil".
O advogado acredita que "temos de ter em consideração que existem algumas medidas que são medidas quase perspectivas. Ou seja, que foram lançadas aqui neste anteprojeto, sabendo de antemão que a possibilidade de passarem, seja na Assembleia da República, que à partida passarão, mas depois no crime do Tribunal Constitucional, é algo reduzido".
"Há pontos que não estão a a merecer a sensibilidade da opinião pública, na medida em que também há determinadas cortinas de fumo que estão a ser propagadas pelos sindicatos, também pelos partidos da oposição política, que olham para este documento não como uma oportunidade, mas apenas e só como mera política" aponta Condês Tomaz.
O advogado acrescenta que "não podemos ignorar que isto tem aqui uma panóplia de direitos que são conferidos aos trabalhadores que anteriormente não estavam previstos".
Esta quinta-feira começa o Labour 2030, um congresso que discute o futuro do Direito do Trabalho. O congresso, organizado pela Law Academy, apresenta, entre os dias 11 e 12 de setembro na Alfândega do Porto, mais de 200 oradores de várias nacionalidades para "tentar antecipar aquilo que são as novas dinâmicas laborais", num momento em que "é inegável o impacto da inteligência artificial nas relações de trabalho", como refere o advogado.
O congresso quer apresentar "soluções e propostas discutidas por profissionais de vários foros", tendo também em consideração temas como "a saúde mental do trabalho, que hoje tem uma importância extrema, a a saúde e segurança do trabalho e a gestão de recursos humanos", fatores que, para o organizador, são "atores essenciais no mundo do trabalho e que nos permitem também aqui um juízo em simbiose, todas estas entidades, para conseguirem gizar a melhor estratégia para lidar com estes desafios".