16 set, 2025 - 00:13 • Marisa Gonçalves
A Comissão de Utentes de Almada receia que seja “mais um anúncio”, o facto de o diretor-executivo do SNS, Álvaro Almeida, ter dito que a ministra da Saúde vai divulgar, “brevemente”, decisões sobre o problema das urgências de obstetrícia na Península de Setúbal.
Em declarações à Renascença, Luísa Ramos, da Comissão de Utentes de Almada, diz que há razões para desconfiar das promessas do Governo.
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“Receamos, que pela prática agida, que seja mais um anúncio porque a senhora ministra foi muito taxativa. Disse que dia 1 [de setembro] iam abrir as urgências para funcionarem a tempo inteiro. Não é verdade porque não há profissionais. Por outro lado, este adiamento de soluções é mais um contributo para que aconteça o descrédito do Serviço Nacional de Saúde”, aponta.
Luísa Ramos acrescenta que não acreditou, desde logo, no sucesso da medida anunciada pela ministra da Saúde de que a partir de setembro a urgência do Hospital Garcia de Orta, em Almada, estaria a funcionar em pleno, com a contratação de uma nova equipa de obstetras.
“Nós, passo a expressão, não deitámos foguetes porque dificilmente esse anúncio se poderia concretizar. Não foi feito nada, no plano governamental, para que houvesse atratividade dos médicos que já não estão no SNS e aqueles que havia como tarefeiros não dariam resposta para que as urgências se mantivessem abertas sempre. Portanto, não estranhámos o encerramento que ocorreu este fim-de semana.”
As urgências de obstetrícia do Hospital Garcia de Orta, em Almada, estiveram encerradas durante o passado sábado. As utentes tiveram de ser encaminhadas para Lisboa, porque nenhuma urgência estava aberta na península de Setúbal.
Em comunicado, o Ministério da Saúde justificou a situação com a indisponibilidade comunicada “à última hora” por médicos em regime de prestação de serviços.