17 set, 2025 - 15:31 • Jaime Dantas
O bastonário da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes, admite ter "muitas dúvidas" de que seja possível garantir profissionais suficientes para criar uma nova urgência regional de obstetrícia na Península de Setúbal, tal como anunciado pela ministra da Saúde esta quarta-feira, durante uma audição parlamentar.
À Renascença, Carlos Cortes recorda que, "mesmo com as urgências rotativas, existem dificuldades, com alguns dias em que nenhuma das urgências tem capacidade para estar aberta".
"Só será possível se na urgência regional passarmos a ter condições que não tivemos no passado", adianta.
Para o bastonário, é ainda necessário perceber "muito bem quais são as condições" da urgência regional e fazer mudanças na contratação que permitam atrair mais profissionais. Entre as principais prioridades, que constam de um caderno de 20 medidas que será entregue ao Ministério da Saúde, estão "melhores condições de trabalho, maior utilização das tecnologias e a proposta de uma nova carreira médica".
Por último, Carlos Cortes sublinha a necessidade de resolver aquilo que diz ser um "problema profundo de gestão". "E das necessidades, que sabemos quais são, mas muitas vezes só em cima do acontecimento é que nos apercebemos que a direção executiva não fez aqui o trabalho que deveria fazer", conclui.