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População

Portugal pode perder 2,6 milhões de pessoas em idade ativa até 2100

30 set, 2025 - 18:46 • João Pedro Quesado

População residente no país pode aumentar até 10,9 milhões em 2029, mas as projeções do Instituto Nacional de Estatística apontam para um declínio continuado até ao fim do século, quando haverá menos de um milhão de jovens. Sem migrações, a população portuguesa cai acentuadamente para apenas 6 milhões de pessoas.

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A população portuguesa em idade ativa pode perder 2,6 milhões de pessoas até ao final do século XXI. É a estimativa do Instituto Nacional de Estatística (INE), divulgada esta terça-feira nas projeções de população residente, que apontam para apenas 8,3 milhões de habitantes em Portugal no ano de 2100.

Atualmente com cerca de 6,8 milhões de habitantes entre os 15 e os 64 anos, Portugal pode correr o risco de ter apenas 4,2 milhões de pessoas em idade ativa — a faixa da população teoricamente apta a trabalhar. O número deverá passar abaixo dos seis milhões em 2041, e dos cinco milhões em 2065.

Estes são os números do cenário central, em que as hipóteses nas taxas de fecundidade, mortalidade e migração são mais moderadas e levam o total de habitantes para 8,3 milhões de pessoas. O cenário baixo, com hipóteses pessimistas, arrasta a população em idade ativa para 2,6 milhões e o total da população para 5,4 milhões de pessoas.

Mas nem o cenário alto, de hipóteses otimistas faz subir a população em idade ativa. Nesse cenário, apesar de a população subir para 11,5 milhões em 2100, a população em idade ativa fica em 5,9 milhões — o INE prevê um crescimento modesto nos próximos anos, ao qual se segue um declínio até perto dos seis milhões em 2045, com a linha a ficar relativamente estável a partir daí.

Há ainda o cenário sem migrações, que utiliza a evolução da fecundidade e mortalidade do cenário central, mas elimina os fluxos migratórios. Nesse caso, o total da população em Portugal seria de 5,9 milhões de pessoas, e a população em idade ativa passaria a ser de 2,9 milhões de pessoas.

A região que mais perderia nesse cenário seria o Norte — ao passar de quase 3,7 milhões de pessoas para 1,7 milhões, perderia 53,8% da população. Madeira (menos 53,1%), Centro (menos 52,7%) e Açores (49,1%) são as outras regiões mais afetadas no cenário sem migrações — as duas regiões autónomas passam a ter pouco mais de 120 mil habitantes cada.

Envelhecimento continua a aumentar

Não é surpresa que, segundo as projeções do INE, o envelhecimento demográfico vá acentuar-se em Portugal. Em 2100, o índice de envelhecimento é, segundo o cenário central, de 316 idosos por cada 100 jovens. Em 2024, este índice era de 192,4 idosos por cada 100 jovens.

O envelhecimento, segundo o INE, vai ser mais acentuado nas regiões autónomas da Madeira e Açores, e ainda no Norte de Portugal. O Norte vai ser a região mais envelhecida: terá 475 idosos por cada 100 jovens. Atualmente, esse título pouco desejado pertence à região Centro.

A população com 65 ou mais anos vai, por isso, aumentar em todo o território de Portugal. Ao olhar para o final do século, o aumento parece modesto — de 2,6 milhões para 3,1 milhões de idosos —, mas o valor andará perto dos 3,5 milhões de pessoas idosas no início da década de 2050, seguindo-se uma queda ligeira e progressiva. Segundo o INE, "esta situação fica a dever-se ao facto de entrarem nesta faixa etária gerações de menor dimensão, nascidas já num contexto de níveis de fecundidade abaixo do limiar de substituição das gerações".

Do lado oposto da escala etária, a população jovem (com menos de 15 anos de idade) deve diminuir para menos de um milhão de pessoas em 2100, quando em 2024 era composta por ligeiramente menos de 1,4 milhões de pessoas.

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