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​Salários em atraso na Base das Lajes devido a "shutdown" nos EUA

15 out, 2025 - 21:27 • Redação, com Lusa

Governo açoriano manifesta “profunda preocupação” com uma situação “inédita e inaceitável” e pede intervenção de Lisboa.

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[Atualizado às 08h15]

Os Açores pedem a intervenção do Governo de Lisboa devido aos salários em atraso dos trabalhadores da Base das Lajes, devido à paralisação da administração dos Estados Unidos.

O executivo açoriano manifesta “profunda preocupação” com uma situação “inédita e inaceitável”.

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Em comunicado, revela que o vice-presidente do Governo Regional escreveu uma carta ao ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, tudo por causa da “situação laboral” que atualmente afeta os trabalhadores portugueses civis ao serviço das forças norte-americanas na Base das Lajes, na ilha Terceira.

Nesta carta, Artur Lima alerta para o facto de os trabalhadores não terem ainda recebido a remuneração correspondente aos primeiros dias deste mês, nem a atualização salarial a que têm direito.

Situação recebida com "espanto" pelos trabalhadores

Já por várias vezes houve, nos Estados Unidos, orçamentos por aprovar que provocam paralisação em vários serviços, mas salários em atraso nunca tinha havido, afirma Paula Terra, da comissão de trabalhadores da Base das Lajes.

“Eles estão em ‘shutdown’ e essas medidas são aplicadas também a trabalhadores da base, para nosso espanto, porque já outras vezes tivemos a experiência de passar pelo ‘shutdown’ do Governo e não aprovação de orçamento, mas desta vez faltou dinheiro para pagar aos trabalhadores”, afirma Paula Terra, em declarações à RTP-Açores.

Durante todo o período da paralisação orçamental nos Estados Unidos, conhecida por "shutdown", os mais de 2,3 milhões de funcionários federais não recebem salários, mesmo que estejam a trabalhar.

Portugal e os Estados Unidos possuem um Acordo Bilateral de Defesa e Cooperação que permite aos norte-americanos usufruírem de facilidades militares na Base das Lajes, onde trabalha um efetivo civil português.

Entretanto, o Presidente dos EUA, Donald Trump, assinou esta quarta-feira uma ordem executiva para que o secretário da Defesa, Pete Hegseth, garanta que os militares no ativo recebam os seus salários no dia 15 de outubro, apesar do encerramento parcial do governo federal, anunciou a Casa Branca.

De acordo com o texto da ordem partilhado nas redes sociais pela presidência, Trump ordenou a Hegseth que “utilize, para efeitos de pagamento e subsídios, quaisquer verbas atribuídas pelo Congresso que permaneçam disponíveis para execução no ano fiscal de 2026, de forma a garantir o desembolso programado dos salários e subsídios dos militares no ativo”.

A medida visa assegurar que os membros das Forças Armadas não sejam afetados financeiramente pela paralisia orçamental que afeta vários serviços do governo.

PS Açores pede que Governo faça EUA cumprir compromissos

O presidente do PS-Açores também pede contas sobre este caso.

Francisco César fala à Renascença numa situação grave e diz que o Governo tem de fazer cumprir os compromissos assumidos pelos EUA.

"É uma situação gravosa. A obrigação do Estado português é diligenciar junto do governo norte-americano que o mínimo seja cumprido", aponta.

O socialista exige explicações dos ministros da Defesa e dos Negócios Estrangeiros, porque, apesar da base ser norte-americana, "está em território português".

"O que se pede é que o Governo cumpra as suas obrigações. Vou dar entrada a uma pergunta aos dois ministros no sentido de rapidamente resolvermos este problema", indica.

O Parlamento dos Açores já aprovou uma resolução que reclama a regularização imediata dos salários em atraso, dos trabalhadores portugueses na Base das Lajes, na ilha Terceira.

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