17 out, 2025 - 10:00 • Hugo Monteiro , João Malheiro
É mais um estudo que aponta para uma descida do risco de pobreza ou exclusão social - atinge quase 20% da população portuguesa. Mesmo assim é o valor mais baixo desde 2015.
Os dados são da Rede Europeia Anti-Pobreza que revela, que, contudo, cerca de 2,1 milhões de pessoas continuam em situação de vulnerabilidade.
O documento evidencia a persistência de desigualdades estruturais, com especial agravamento entre idosos e crianças. Quase metade das pessoas adultas em situação de pobreza está empregada.
Em comunicado, a Coordenadora Nacional da Rede Europeia Anti-Pobreza reforça que, apesar dos progressos, os números continuam inaceitáveis.
Maria José Vicente apela a "políticas sólidas que atuem na prevenção das situações de pobreza e que eliminem as suas causas".
"causas estruturais e promovam o bem-comum", afirma Maria José Vicente. "A pobreza não é só uma violação grave dos direitos humanos. Gera, também, um efeito negativo na economia e no desenvolvimento sustentado do país, acentuando as desigualdades e constituindo um travão ao progresso”, sublinha.
Pordata
Portugal foi ultrapassado pela Letónia no ranking (...)
Como o próprio relatório indica, quase metade (49,3%) das pessoas adultas (18-64 anos) em situação de pobreza está empregada. “Isto significa que ter trabalho não é suficiente para garantir um rendimento digno”, reitera.
A EAPN Portugal defende a construção de "uma sociedade inclusiva que coloca as pessoas no centro da tomada de decisões" e sublinha que "lutar contra a pobreza nas suas causas beneficia a sociedade como um todo".
Quando se fala de pobreza monetária, fala-se de pessoas que vivem com menos de 632€ por mês. Em Portugal, 1,76 milhões de pessoas encontram-se nesta situação – uma em cada seis pessoas. E as mulheres continuam a ser maioria (56%).
Outro dado preocupante: mais de uma em cada três pessoas (38%) em situação de pobreza vivem com rendimentos muito baixos, iguais ou inferiores a 422€ mensais. E as crianças são muito vulneráveis a este problema: 40% das crianças pobres vivem em agregados com estes rendimentos. "É preocupante a forte exposição das crianças às situações de pobreza severa, o que compromete trajetórias de inclusão social e económica ao longo da vida", alerta o relatório.
O Presidente da República acrescenta que "a pobrez(...)