18 out, 2025 - 14:00 • Alexandre Abrantes Neves , Diogo Camilo
A Liga dos Bombeiros Portugueses ameaça com uma paragem nacional, se não tiver resposta do Governo até meados de novembro.
À Renascença, o presidente António Nunes fala sobre valores insuficientes das verbas no Orçamento do Estado para as associações humanitárias de bombeiros, além dos cortes no transporte de doentes. A Liga pede ainda a criação de um estatuto para os bombeiros que trabalham nas corporações de voluntários.
A Liga dos Bombeiros avançou com uma moção a exigir alterações legislativas no estatuto do bombeiro voluntário com contrato de trabalho, que serão discutidas a 15 e 16 de novembro, o prazo para receber uma resposta do Governo.
"Se até esse Congresso não forem realizadas reuniões claras, inequívocas que levem a uma alteração daquilo que nós estamos a viver, a impaciência que os nossos bombeiros estão a ter e a pressão que os nossos bombeiros estão a ter, o Congresso pode vir a ponderar a paragem de um período de tempo dos bombeiros portugueses", afirma à Renascença.
Perante a impaciência, António Nunes avisa que é cada vez mais provável que se repitam os protestos de bombeiros do final do ano passado, que terminaram com petardos e pneus queimados em frente à Assembleia da República.
O valor previsto no Orçamento do Estado para o financiamento das corporações de bombeiros voluntários é de cerca de 37 milhões de euros em 2026, mais 2,2 milhões de euros do que este ano.
A liga defendeu o montante de 49,38 milhões de euros como o valor mínimo a transferir no próximo ano para os bombeiros voluntários no âmbito deste financiamento, cuja distribuição se baseia em critérios de risco e da atividade de cada corporação.
O Orçamento do Estado para 2026 prevê um corte de 12 milhões de euros para o transporte de doentes não urgentes, o que a Liga contesta uma vez que os bombeiros não foram consultados.