04 nov, 2025 - 09:17 • Jaime Dantas
O presidendente da Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel (AFIA), José Couto, admite que as empresas portuguesas do setor automóvel podem "parar a sua produção devido à falta de componentes" como semicondutores, conhecidos como "chips".
José Couto diz à Renascença que, apesar de s empresas "estarem todas mais ou menos à espera" de uma crise no setor, "ninguém tinha a ideia do tamanho da vaga".
O dirigente daAFIA explica que "existem dois tipos de implicações", sendo uma mais direta. "Um conjunto de empresas que fornecem, por exemplo, a Auto-Europa, vão parar a sua produção porque não têm componentes para englobar nos seus produtos", explica.
"Há também um problema da Auto-Europa, que só tem componentes para produzir por um determinado período. A partir daí, não haverá componentes", diz, admitindo que também a fábrica de Palmela seja obrigada a interromper a produção.
Depois, no médio prazo, chegará "uma segunda vaga", antecipa José Couto, quando "pararem empresas em Espanha, França e Alemanha, porque nós vendemos para toda a Europa, mais tarde ou mais cedo, as empresas portuguesas poderão ter que diminuir ou mesmo parar linhas de produção".
Este cenário, reforça, para o representante dos frabricantes do setor automóvel, uma "doença" já "há muito identidicada", mas cuja resolução "não tem caminhado à velocidade desejada" : a reindustrialização da Europa.
"Uma pequena peça pode ter uma influência significativa na produção europeia, não é só a indústria automóvel que está em causa, há outros setores que também vivem deste tipo de componentes", remata.