11 nov, 2022 - 20:09 • Pedro Mesquita
A antiga diretora do DCIAP considera que a denúncia de Carlos Costa de que, quando era governador do Banco de Portugal, foi pressionado para não retirar Isabel dos Santos do BIC, "não é suficiente para instaurar uma investigação" do Ministério Público.
Cândida Almeida admite, no entanto, que o MP pode "estudar" o caso, mas a investigação não se justifica por, "até agora não ter havido queixa e agora acontecer num livro".
"Não instauraria na base de um desabafo num livro", considera.
A especialista explica que, em primeiro lugar, é preciso perceber se, de facto, "houve ou não pressão" e, depois, determinar que tipo de pressão houve.
"Uma coisa é justificar a razão porque gostaria que ela ficasse, por motivos políticos e de relações internacionais, não é nada. Isso existe em todas as empresas e instituições. Outra coisa, pode ser um abuso de poder com ameaça de consequências. Provavelmente, aí, podia configurar como abuso de poder", explica.
"Mas isso, realmente, teria de ser provado. E a verdade é que o senhor ficou no seu lugar. O ex governador não fez queixa, não participou. Não terá sido assim algo tão grave e impeditivo", aponta.