02 fev, 2024 - 02:04 • Lusa
O candidato da CDU pelo círculo de São Miguel às eleições legislativas regionais dos Açores, Rui Teixeira, considera que os atuais incentivos financeiros à fixação de professores "não são funcionais" e defendeu que devem abranger todas as ilhas.
"Os incentivos à fixação, ao contrário do que alguns têm dito por aí, não são funcionais", disse Rui Teixeira, que visitou esta quinta-feira uma escola de ensino básico na Relva, freguesia do concelho de Ponta Delgada, no âmbito da campanha eleitoral para as eleições de domingo.
Segundo o candidato, os atuais incentivos à fixação "não têm qualquer sentido" porque surgem "no concurso para quando as pessoas querem sair da sua ilha".
"Ora, isso não é um incentivo à fixação mas sim para que as pessoas saiam de lá [da sua ilha]", afirmou o candidato.
Rui Teixeira defendeu ainda que os incentivos devem abranger todas as ilhas e não apenas as "mais carenciadas, porque já é um problema que se está a verificar em praticamente todas".
Além disso, acrescentou, devem também existir apoios à formação de professores, "mais do que aquilo que tem sido feito".
De acordo com o candidato, a CDU "tem uma visão da educação diferente daquela que tem dominado na região", sendo necessário "um rumo diferente", já que as escolas recebem "tudo que é situação social" e precisam de dar respostas.
"A escola esforça-se para dar essas respostas, mas não tem os meios para cumprir com aquele que é o seu papel. Ou seja, acaba-se por sobrecarregar quem está na escola: professores, psicólogos e auxiliares", apontou o candidato, defendendo a necessidade de serem colocados mais profissionais nos estabelecimentos.
Sobre o que espera nas eleições de domingo, Rui Teixeira disse ter a expectativa que a CDU regresse ao parlamento regional, depois de ter falhado a eleição de deputados nas últimas regionais.
"Sabemos que vamos crescer", afirmou, considerando "perfeitamente possível eleger" dois deputados, nomeadamente um pelo círculo da compensação.
O Presidente da República decidiu dissolver o parlamento açoriano e marcar eleições antecipadas para domingo, dia 04 de fevereiro, após o chumbo do Orçamento para este ano.
Onze candidaturas concorrem às legislativas regionais, com 57 lugares em disputa no hemiciclo: PSD/CDS-PP/PPM (coligação que governa a região atualmente), ADN, CDU (PCP/PEV), PAN, Alternativa 21 (MPT/Aliança), IL, Chega, BE, PS, JPP e Livre.
Em 2020, o PS venceu, mas perdeu a maioria absoluta, surgindo a coligação pós-eleitoral de direita, suportada por uma maioria de 29 deputados após assinar acordos de incidência parlamentar com o Chega e a IL (que o rompeu em 2023). PS, BE e PAN tiveram, no total, 28 mandatos.