20 jan, 2025 - 15:10 • Susana Madureira Martins
O PS quer ouvir no Parlamento o secretário de Estado das Comunidades, José Cesário, sobre as diligências do Governo para evitar a eventual deportaçãode "milhares" de portugueses que vivem nos Estados Unidos da América em situação irregular.
O grupo parlamentar socialista entregou um requerimento à comissão de Negócios Estrangeiros para solicitar a audição do governante, tendo em conta os alertas que têm chegado ao PS por parte da comunidade portuguesa.
Em declarações à Renascença, o deputado do PS Paulo Pisco explica que as associações portuguesas nos Estados Unidos "já estão a movimentar-se" e a alertar para a possibilidade de haver "alguns milhares" de cidadãos portugueses que estão "indocumentados", ou "porque tinham medo, ou por outras razões, não conseguiram obter os documentos de autorização de residência que lhes permitissem viver tranquilamente no país, sem nenhum tipo de sobressalto".
Face à recente ameaça do presidente eleito, Donald Trump, ter ameaçado 11 milhões de imigrantes com a deportação, Paulo Pisco considera que o Governo português tem o "dever" e a "obrigação" de acompanhar com "grande proximidade" a situação dos emigrantes portugueses e "preparar tudo aquilo que for necessário preparar para que estas pessoas sejam acolhidas".
Os socialistas consideram que a possibilidade de uma deportação em massa "não deve ser desvalorizada", com o deputado Paulo Pisco a recordar que no primeiro mandato, em 2017, Donald Trump acabou com o programa DACA (Deferred Action for Childhood Arrivals), criado por Barack Obama e que permitia que os imigrantes que tivessem chegado aos Estados Unidos ainda em criança e que não tinham conseguido obter a autorização pudessem viver, trabalhar, estudar e prosseguir a sua vida nos Estados Unidos.
Paulo Pisco refere ainda que não há "nenhum número em concreto" de portugueses a viver em situação irregular na América, referindo que "é muito difícil sempre saber qual é o número de cidadãos indocumentados, mas há referência por parte de algumas associações de que haverá alguns milhares".