11 mar, 2025 - 18:11 • Diogo Camilo , Eduardo Soares da Silva , Filipa Ribeiro , João Pedro Quesado
Depois do PSD ter pedido uma reunião à porta fechada entre Luís Montenegro e Pedro Nuno Santos para evitar a votação da moção de confiança, foi a vez do Governo apelar a uma nova solução para evitar a sua queda: uma comissão de inquérito, com resultados em 15 dias, que o PS disse "não ser uma CPI".
Desta vez, a proposta nem saiu da boca do ministro dos Assuntos Parlamentares, Pedro Duarte, para uma votação e morreu na resposta do Partido Socialista, com o governante a dizer que "está a cair a máscara" ao partido.
No final do debate, Pedro Duarte garantiu que o Governo retiraria a moção de confiança, se o PS aprovasse uma CPI "relâmpago" com resultados em 15 dias.
"O país está intrigado com a sua intervenção, todos queremos perceber se isso significa que aceita a proposta. É muito importante que se perceba. Se for negativa, é esclarecedor do que se tem passado nos últimos 15 dias no país. Se aceitar, o Governo retirará a moção de confiança", disse o governante.
Em resposta, a líder parlamentar socialista, Alexandra Leitão, apontou ao Governo que "uma CPI de 15 dias não é uma CPI".
"O prazo mais curto é o de 90 dias" definido pelo PS, sublinhou, acrescentando que "não é o escrutinado que define os termos". "O que queremos dizer é que, se querem verdadeiramente se transparentes, se aceitam os termos da CPI, tirem a moção de confiança", rematou.
MOÇÃO DE CONFIANÇA
Grupo parlamentar do partido do Governo pediu a su(...)
Com a declaração, concluiu depois Hugo Soares, o líder parlamentar do PSD, o PS decidiu que "quer eleições". "Propusemos tudo, o Partido Socialista mostrou ao país ao que vem. Querem eleições e só pensa no interesse do seu secretário-geral", atirou.
Do lado do PS, Pedro Delgado Alves acusou o Governo de estar a usar a moção de confiança para "condicionar a CPI e a forma como faz as perguntas", indicando que "não é o escrutinado que defende as regras do escrutínio".
Em reação à decisão do Partido Socialista, o ministro conclui o debate do lado do Governo dizendo que "foi feita uma proposta construtiva para o escrutínio total e absoluto, a única alteração que propusemos foi o "timing"".
"A máscara do PS está a cair de forma estrondosa neste debate. O PS quer arrastar no tempo o clima de suspeição porque pode ter ganhos partidários e isso é uma diferença gigante entre nós. Quer degradar o país para ganhar algo em eleições, o Governo quer proteger os portugueses", critica Pedro Duarte, que acusa o PS de "intransigência, radicalismo, arrogância e extremismo."